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Comissão de Educação da Alepe realiza debate sobre reformulação do novo ensino médio

O debate reuniu a senadora Teresa Leitão, a secretária estadual de Educação, Ivaneide Dantas, além de representantes de 10 entidades ligadas à área da Educação em Pernambuco

Mirella Araújo
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Mirella Araújo
Publicado em 04/04/2023 às 18:33
Roberto Pereira Jr
Reformulação do Novo Ensino Médio gera grande debate na Assembleia Legislativa - FOTO: Roberto Pereira Jr

A Comissão de Educação da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), realizou, nesta terça-feira (4), uma audiência pública para discutir sobre a reformulação do novo ensino médio.

De acordo com o presidente do colegiado, o deputado estadual Waldemar Borges (PSB), o tema foi proposto por causa da intensificação dos debates sobre a possível revogação total do novo modelo de formação. 

A senadora Teresa Leitão (PT) e a secretária estadual de Educação e Esportes, Ivaneide Dantas, também participaram do encontro, além de representantes de 10 entidades ligadas à área da Educação em Pernambuco.

“O primeiro aspecto que é destacado quando se para refletir a respeito dessa reformulação proposta é exatamente a ausência de um debate mais aprofundado sobre o tema, que ouvisse toda a comunidade envolvida e todos aqueles que lidam com essa questão e sofrem de alguma maneira as consequências desse encaminhamento proposto pelo MEC em outros governos e que não foram ouvidos na época”, disse Waldemar Borges. 

O  diretor de Programas da Secretaria Executiva do Ministério da Educação, Gregório Durlo Grisa, que estava confirmado para participar do evento não pôde vir porque foi convocado pela secretária executiva do MEC a participar de uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o mesmo tema.

Segundo a secretária de educação do Governo Raquel Lyra, foi realizada uma grande escuta na rede estadual de ensino, onde foram encontradas algumas fragilidades e uma certa falta de coerência na implantação do novo ensino médio.

Ivaneide Dantas, afirmou que cada estado está em um ritmo diferente dentro desse processo, citando como exemplo, São Paulo, que teria implantado até o 3º ano, enquanto 80% dos estados implantaram até o 2º ano. 

“Esse momento é extremamente importante e o caminho para se chegar a uma solução é esse, o de uma conversa muito aberta. Esperamos que a solução seja a melhor possível para toda a comunidade escolar”, falou.

Teresa Leitão ressaltou que o debate era muito bem-vindo e que a educação deve ser uma causa de todos. “O que foi feito na LDB no Governo Temer foi um acinte a valorização profissional. Acredito que tem gente que conseguiu fazer bem essa implementação, mas tem muita coisa errada", disse.

"Não é ideologia dizer que os estudantes de escolas públicas vão ficar com a formação precarizada. Essa reforma do jeito que ela está não ensina e não dá oportunidade para ler o mundo. Quem é contra essa reforma é quem está com o pé na escola todos os dias”, criticou a senadora. 

Dos 10 representantes das entidades ligadas à área da Educação em Pernambuco, sete delas  foram unânimes ao defender que esse novo ensino médio não atende as necessidades dos alunos, nem dos professores, que muitas vezes são colocados para dar aulas em uma área que não tem nada a ver com a sua formação, e que a proposta cria um abismo cada vez maior entre a escola pública e a privada. A maioria deles pediu a revogação imediata do novo modelo de formação. 

São eles: a coordenadora do Centro de Apoio às Promotorias de Justiça de Educação do Ministério Público de Pernambuco, Isabela Carneiro Leão; a representante do Fórum Estadual de Educação, Célia Santos; a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sintepe), Ivete Caetano; a representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Valéria Silva;  a representante da União dos Dirigentes Municipais de Educação de Pernambuco, Jesanias Rodrigues; o vice-presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), Inaldo Lucas, e a presidenta da União Metropolitana dos Estudantes Secundaristas (Umes), Roberta Pontes. 

Já os representantes do Conselho Estadual de Educação, Inácio Feitosa, e o presidente da Associação de Pais de Alunos, Reginaldo Valença, disseram que ainda estão escutando e recebendo todas as propostas para que possam emitir um posicionamento sobre o assunto. 

O presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de Pernambuco, professor José Ricardo Diniz, disse que a entidade é contra a revogação, apesar de terem severas críticas de como o novo ensino médio foi implantado.

“O processo ainda está se desenvolvendo e não podemos sustar todo um trabalho que foi feito, mas acreditamos que a educação se faz na pluralidade e achamos que esse é um momento oportuno quando o MEC abre uma consulta pública porque queremos participar desse debate de maneira aberta, mas atentos para não retrocedermos”, ponderou.

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