Os profissionais da educação em Pernambuco rechaçaram, em assembleia realizada nesta terça-feira (9), no Centro do Recife, a proposta apresentada pela gestão Raquel Lyra (PSDB) para pagamento do reajuste do piso salarial da categoria, uma recomposição de 14,95%.
De acordo com o Sintepe, sindicato dos profissionais da educação no Estado, a proposta apresentada na segunda-feira (8), pela secretaria de Administração de Pernambuco, não contempla qualquer previsão para que maioria da categoria, contando efetivos e aposentados, sejam beneficiados com reajustes em acordo com o piso salarial.
A possibilidade dada pelo governo foi de pagar o reajuste aos profissionais que recebem o salário-base a partir do mês de junho, os demais, teriam negociação retomada somente num momento posterior.
O Piso Salarial Nacional foi definido em 2023 por portaria do Ministério da Educação (MEC), com valor de R$ 4.420,55, incorporando atualização de 14,95% em relação ao valor do ano passado, que era de R$ 3.845,63.
"Não venha o Governo com a proposta para A, sem a proposta para B, C e D. Ninguém vai aceitar proposta dividindo a categoria. Ou é para todo mundo, ou é para ninguém. Isso é uma posição política, um posicionamento político para o governo", diz a presidente do Sintepe, Ivete Caetano.
Segundo ela, o sindicato vai produzir 1 milhão de panfletos denunciando "o descaso com a educação por parte do governo". Também haverá um calendário de mobilizações.
"É ela (governadora) quem vai decidir se ela vai nos empurrar para uma greve, ou não. Vamos usar todos os nossos recursos de mobilização, para ninguém dizer que não demos opções para a governadora".
A assembleia dos professores contou com a presença de 2 mil profissionais, que após a reunião, saíram em passeata pelas ruas do Centro do Recife. Desde a segunda-feira (8), os professores estão paralisando as atividades em forma de protesto para cobrar o reajuste do piso salarial.
De acordo com a secretaria de Administração, o governo do Estado informa que mantém um diálogo aberto com os sindicatos de todas as categorias. A SAD comunica, ainda, que segue em negociação com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco.
Já a Secretaria de Educação e Esportes (SEE) informa que aproximadamente 31% das escolas públicas estaduais aderiram totalmente à paralisação reazalidas pelos professores nesta terça-feira.
A SEE esclarece que as unidades de ensino que deixaram de funcionar em decorrência do ato receberão orientações para a realização da reposição das aulas, a fim de garantir o cumprimento do calendário letivo.
Atualmente, a Rede Estadual de Ensino conta com 1.056 escolas e atende 519.229 estudantes na educação básica.
Professores do Recife não tiveram reajuste para toda a categoria
Após deflagrarem greve, no mês passado, os professores do Recife encerram a mobilização da categoria acatando uma proposta que não contemplou o reajuste do piso para toda a carreira. A proposta da Prefeitura do Recife foi de 8,5% (graduação) e cerca de 10% para quem tem especialização, mestrado e doutorado, com complementação via abono salarial, correspondente a seis meses.