REFORMA DO ENSINO MÉDIO

Novo ensino médio: estados pedem mudança da carga horária; entenda proposta

Conselho Nacional de Secretários de Educação apresentou uma série de reivindicações ao MEC

Lucas Moraes
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Lucas Moraes
Publicado em 04/07/2023 às 9:20
BETO DLC / ACERVO JC IMAGEM
O novo ensino médio, Lei 13.415/2017, foi aprovado em 2017 - FOTO: BETO DLC / ACERVO JC IMAGEM

 

Na última audiência pública realizada pelo Ministério da Educação (MEC) sobre a reestruturação e avaliação do ensino médio, o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) apresentou uma série de propostas para implementação da reforma do ensino médio. A principal cobrança dos estados é sobre alterações na carga horária, com mais espaço para as disciplinas consideradas tradicionais.

 

O presidente do Consed, Vitor de Angelo, apresentou as propostas elaboradas pelos estados e ressaltou disponibilidade da entidade em contribuir com a pauta, em meio a informações que dão conta da insatisfação dos estados sobre a relação com o governo federal sobre o tema. 

“Gostaria de reforçar a postura colaborativa e propositiva que o Consed teve desde o início da consulta e dizer que temos realizado esforços para dar encaminhamento à consulta”, ressaltou.

A principal mudança proposta pelos estados diz respeito à carga horária, com a possibilidade de usar 300 horas das 1.200 horas das disciplinas optativas (itinerários formativos) de acordo com as necessidades dos estados, podendo ser utilizadas, por exemplo, para complementação da formação geral ou recomposição das aprendizagens.

Além disso, os estados também querem que o Ministério da Educação crie uma base comum para as disciplinas optativas, para garantir a redução de distorções no repasse e escola de conteúdos por questões regionais ou estruturais nas unidades de ensino. 

Veja o que pedem os estados: 

 

  • Manutenção da flexibilidade curricular e escolha do estudante;
  • Manutenção da articulação com a educação profissional e tecnológica;
  • Formação Geral Básica estruturada nos referenciais locais, mas orientadas pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC);
  • Projeto de vida como estruturante da proposta pedagógica;
  • Aumento da carga horária com progressividade para oferta de ensino em tempo integral;
  • Relação dos anos finais com o ensino médio;
  • Revisão de avaliações (Exame Nacional do Ensino Médio – Enem e Sistema de Avaliação da Educação Básica - Saeb) de acordo com as diretrizes da reforma do ensino médio.

Vitor de Angelo entregou ao secretário de Articulação Intersetorial e com os Sistemas de Ensino do MEC, Maurício Holanda, um documento com todas as propostas do Consed para reestruturação do ensino médio.

O Novo Ensino Médio passou a ser aplicado em 2022, com aumento progressivo da carga horária até chegar a 3.000 horas ao final dos três anos, além da flexibilização do currículo escolar, permitindo ao aluno escolher uma área do conhecimento ou curso técnico para se aprofundar. As disciplinas tradicionais foram agrupadas em áreas do conhecimento. 

O MEC suspendeu o andamento da implementação do novo ensino médio, estagnando o processo no primeiro ano do ensino médio, ao mesmo tempo em que abriu consulta pública, que será encerrada nesta quinta-feira (6), para decidir sobre a revogação ou atualização das mudanças. O próprio MEC e os secretários estaduais são contra a revogação do novo ensino médio. 

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