INVESTIGAÇÃO

Dezenas de alunos e profissionais de duas escolas estaduais são socorridos após mal-estar; Governo de Pernambuco investiga o caso

Um dos casos foi registrado no município de Jaqueira, na Zona da Mata, onde 30 pessoas precisaram ser socorridas após mal-estar

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Mirella Araújo

Publicado em 01/09/2023 às 15:20 | Atualizado em 01/09/2023 às 18:50
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Estudantes e profissionais de duas escolas estaduais foram socorridos, nesta sexta-feira (1º), após apresentarem sintomas de náuseas e vômitos. As aulas nas duas unidades foram suspensas. 

Um dos casos foi registrado na Escola de Referência em Ensino Médio (EREM) Miguel Pellegrino, localizada no município de Jaqueira, Zona da Mata Sul. Trinta pessoas deram entrada no Hospital Municipal, com sinais de desidratação e se queixando de diarreia e vômito.

Por nota, a Prefeitura de Jaqueira disse que todos foram medicados e até o momento, três estudantes e uma professora permanecem em observação na unidade de Saúde. “A Vigilância Sanitária do município está empenhada na investigação do caso. A gestão municipal se coloca à disposição de todos”, informou o comunicado.

O segundo episódio ocorreu na Escola Profª Maria Alves Machado, que fica no bairro de Maranguape II, em Paulista, no Grande Recife. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado por volta das 11h e registrou a ocorrência como “intoxicação exógena”.

O diretor de Vigilância Epidemiológica de Paulista, Silas Marcelino, afirmou que foram registrados relatos de 16 pessoas, entre funcionários e alunos, que apresentaram os sintomas de diarreia, vômito e dor abdominal. Os atendimentos ocorreram na UPA de Jardim Paulista e na Policlínica Torres Galvão.

"Nós fizemos dois tipos de coleta, uma com amostras do alimento e da água, e outra coleta de swab retal, para identificar o patógeno que causou esses sintomas. Todas essas pessoas afirmaram que tiveram a indigesta da canja de galinha em comum e também da água do bebedouro", disse Marcelino.

João Lucas Lopes, de 18 anos, foi um dos alunos socorridos após a ingestão da merenda. Ele foi atendido na Policlínica Torres Galvão e  liberado após ser medicado. 

Em entrevista a TV Jornal, João Lucas disse que comeu a canja servida na escola e pouco tempo depois começou a sentir ânsia de vômito. "Eu comi e fui para a minha sala. Depois de uns 12 minutos, eu sai da sala já me sentido mal e não aguentei e vomitei também. Tinha um monte de gente correndo para os banheiros", disse o jovem, que também desmaiou. "Todo mundo que comeu a merenda passou mal, os professores não sabiam o que fazer", completou.

A equipe da TV Jornal  também esteve na escola e conversou com uma estudante do 1º ano, que presenciou o momento de desespero dos estudantes.

"A merenda de hoje foi uma canja com pão, e após o intervalo, alguns alunos começaram a passar mal. Eles começaram a vomitar e alguns foram socorridos, chamaram até a ambulância. Depois a escola começou a liberar os alunos e não quiseram dar explicações", afirmou a estudante, em entrevista ao repórter Waldison Balbino

A jovem também informou que não costuma comer a merenda da escola porque ela não seria de qualidade. "O que eles dão é canja, pão com ovo, sardinha e soja, direto", disse. 

INVESTIGAÇÃO

A Secretaria de Educação e Esportes (SEE) informou, por meio de nota, que está investigando os dois casos. Também será marcada uma reunião com os familiares e responsáveis pelos estudantes na próxima semana.

Sobre a EREM Miguel Pellegrino, a pasta disse que a nutricionista da Gerência Regional de Educação, responsável pela unidade de ensino, fez uma inspeção na merenda da escola e não encontrou irregularidades.

“Parte dos socorridos não se alimentaram dela. Além da segurança em relação à comida, a escola reforça que a caixa d'água e os bebedouros estão com a manutenção em dia. A pasta segue acompanhando o caso, que está em investigação, e a escola vai marcar uma reunião com os familiares e responsáveis pelos estudantes na próxima semana”, diz a secretaria estadual.

Com relação ao que ocorreu na Escola Profª Maria Alves Machado, em Paulista, a SEE disse que a unidade de ensino acionou de imediato o SAMU para prestar atendimento.

“A nutricionista da Gerência Regional de Educação (GRE) responsável pela unidade de ensino também foi acionada para realizar uma inspeção na merenda para verificar uma possível irregularidade. A escola reforça que a caixa d'água e os bebedouros estão com a manutenção em dia e que a análise nos alimentos é feita regularmente pela equipe de nutrição da GRE”, afirmou a pasta.


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