GREVE

Professores da UFPE iniciam greve e afirmam que proposta do governo federal está "muito aquém do esperado"

Representantes da Adufepe entregaram uma Carta Aberta à Reitoria da UFPE para reforçar que não irão aceitar nenhum tipo de retaliação ou assédio aqueles que aderirem à paralisação das atividades

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Mirella Araújo

Publicado em 22/04/2024 às 16:40 | Atualizado em 23/04/2024 às 11:35
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A greve dos professores e professoras da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) foi iniciada oficialmente nesta segunda-feira (22). Além da realização de um ato público no campus Recife, a  Associação dos Docentes da UFPE (Adufepe) entregou uma Carta Aberta à Reitoria da instituição para reforçar que não irão aceitar nenhum tipo de retaliação ou assédio aqueles que aderirem à paralisação das atividades. 

"A greve é um forte instrumento coletivo de recomposição orçamentária da educação, ciência e tecnologia", pontuam os professores e professoras da UFPE. A adesão à greve nacional dos servidores federais da Educação foi tomada após uma votação online, na qual 899 professores votaram a favor, enquanto 795 votaram contra, com 43 abstenções, em Assembleia Geral Extraordinária realizada na semana passada.

Sobre a proposta apresentada pelo governo federal na última sexta-feira (19), a categoria afirmou que ela segue "muito aquém do esperado". O Comando Local de Greve convocou uma nova Assembleia Geral Extraordinária para esta quinta-feira (25), no Clube Universitário, para deliberar sobre o que foi apresentado na Mesa de Negociação.

"A nova proposta denota avanços para os docentes com reajuste de 9% a partir de janeiro de 2025 e mais 3,5% para maio de 2026. A Adufepe vem a público informar que a reabertura da negociação mostra que o movimento paredista está galgando resultados e, exatamente por isso, não podemos recuar. Ainda estamos em abril de 2024 e há muitas perdas a serem recompostas. Não podemos esperar mais um ano para que a recomposição volte a acontecer", afirmou o sindicato por meio de nota. 

"Em uma análise preliminar, entendemos que o reajuste sugerido para 2025 é um ganho, pois além de ser o dobro do previsto para o próximo ano – em termos percentuais – foi adiantado para janeiro, ou seja, antecipa em quatro meses os recebimentos. Só que há uma camada mais profunda dessa negociação que não pode ser escanteada: houve uma redução no percentual para 2026, que passou de 4,5% para 3,5%, e o Reajuste Zero para este ano permanece", pontuou a Adufepe.

PROPOSTAS DE REAJUSTES

O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGISP) já havia formalizado a proposta de reajuste no auxílio-alimentação de R$ 658 para R$ 1 mil; no auxílio-creche, de R$ 321 para R$ 484,90; e mais aumento dos recursos de assistência à saúde suplementar, que a depender do escalonamento, pode chegar a 51%. 

"Até a próxima sexta-feira, 26 de abril, as entidades representativas do movimento docente deverão se reunir com suas bases em todo o país para discutir a nova proposta e, posteriormente, sentar novamente na Mesa Específica de Negociação", disse a Adufepe em comunicado.

POSICIONAMENTO DA UFPE

A UFPE divulgou, em suas redes sociais, informações sobre a reunião realizada com os representantes da Adufepe. A instituição afirmou que o reitor Alfredo Macedo Gomes, junto com o vice-reitor Moacyr Araújo e equipe de gestão, reconheceu a legitimidade da pauta e apresentou números detalhados sobre a situação orçamentária da UFPE.

"Nós somos plenamente favoráveis à pauta e queremos reiterar a disponibilidade para o amplo diálogo para fora da Universidade, para que essa greve termine com sucesso, êxito e a maior brevidade possível", afirmou o reitor

A partir da reunião ficou definido que será cumprido calendário de encontros para diálogo entre o comando de greve e a administração central.

"Já temos conversado bastante nas mesas de negociação com os representantes dos técnicos, então vamos começar a conversar agora com os docentes. Existe uma harmonia e tranquilidade muito grande na condução desse movimento", declarou o o vice-reitor Moacyr Araújo.

O Calendário Acadêmico foi um dos principais assuntos na reunião. Na ocasião, foi afirmado que só é possível fazer qualquer avaliação sobre calendário a partir do desdobramento e duração da greve. Reiterando que, conforme aconteceu em greves anteriores, permanece o compromisso de reposição das aulas afetadas durante o período.

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