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Consórcio internacional secreto promete dois novos negócios além de manter Estaleiro Atlântico Sul em Suape

Proposta bilionária pela aquisição do EAS, em Suape, prevê a compra de forma integral e não em partes. Sítio da empresa no porto será ocupado após a aquisição por 3 inquilinos.

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Jamildo Melo

Publicado em 05/07/2022 às 23:26 | Atualizado em 05/07/2022 às 23:41
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Na proposta que apresentou à Justiça em Pernambuco e ao administrador judicial do Estaleiro Atlântico Sul, no Rio de Janeiro, o consórcio internacional, formado por empresários ocultos, promete a retomada da produção de navios, para o mercado internacional, além da instalação de mais duas novas unidades de negócios, ambas voltadas para as exportações.

Por conta deste modelo de negócios - explicam, sob reserva de forte - a proposta bilionária pela aquisição do EAS, em Suape, prevê a compra de forma integral e não em partes.

A proposta foi apresentada oficialmente nesta terça-feira, no Rio de Janeiro, dois dias antes do leilão de áreas internas organizado pela Justiça do Cabo.

Várias empresas no mesmo local

De acordo com a proposta, o sítio da empresa no porto será ocupado após a aquisição por 3 inquilinos.

Eles ficarão dispostos desta maneira:

Na “UPI-B Cais Sul” haverá uma empresa internacional de transporte marítimo e de containers para os próximos 10 anos.

Na “UPI-B Central” haverá uma empresa de energia renovável para os próximos 35 anos.

Na “UPI-A” haverá uma trading de commodities recém-formada com o objetivo de exportar produtos agrícolas.

"Serão arrendamentos de longo prazo que já estão sendo negociados neste momento. Estes serão assinados conosco ou com uma de nossas afiliadas de joint venture após a aprovação da proposta", afirma Cole Benoit Mattox, sócio-gerente da North Tabor Capital.

Comparação com a proposta apresentada pela Maersk em junho

Conforme informou o blog, com exclusividade, em junho, a primeira empresa a apresentar proposta foi a maior navegadora do mundo, a dinamarquesa Maersk, por meio de uma subsidiária.

A proposta da Maersk visa à compra de um cais do estaleiro, para a operação de movimentação de contêineres.

Comparação de preços ofertados pela Maesrk e consórcio internacional

A proposta de aquisição dos fundos americanos foi enviada para o administrador judicial do estaleiro, João Medeiros Fernandes, uma vez que a empresa está em recuperação judicial, precisando vender ativos para pagar dívidas com os credores.

Antes do administrador judicial, na segunda 04, a mesma proposta foi apresentada pela magistrada do caso, Ildete Veríssimo de Lima, Juíza de Direito, da 1ª Vara Cível da Comarca de Ipojuca.

O preço de compra será de US$ 220.000.000,00 (duzentos e vinte milhões de dólares), cerca de R$ 1,2 bilhão.

Por meio de uma subsidiária da Holanda, chamada APM Treminals, operadora de terminais de conteineres, a multinacional Maersk ofereceu R$ 895 milhões pelo Cais Sul, na área interna do porto de Suape. A Justiça informa que o estaleiro já concordou com a proposta comercial, antes do aparecimento desta nova proposta, já antecipada pelo blog.

Bancos internacionais por trás da proposta de compra do Estaleiro Atlântico Sul S/A

Quem assina a proposta de aquisição pelo fundo americano é o Grupo Horizonte e Participações. Também assina a proposta o fundo internacional North Tabor Capital, dos EUA, que enviou a primeira proposta para a compra do estaleiro, conforme revelou o blog de Jamildo, no mês passado.

O Grupo Horizonte é representante legal no Brasil do fundo americano. O fundo americano nomeou um brasileiro, em Brasília, para funcionar como preposto nas negociações.

"Representamos um consórcio com investidores do UBS Group AG, JP Morgan Chase & Co., Santander Bank e Bank of America. Nossos clientes e parceiros permanecerão ocultos até a aprovação desta proposta de compra do Estaleiro Atlântico Sul S/A, localizado no município de Ipojuca/PE com parque industrial completo com área de 170 hectares. Isto inclui todos os ativos circulantes localizados na área industrial mencionada", explica o executivo internacional.

Na bolsa brasileira, o Fundo de Investimentos Horizonte é administrado pelo JP Morgan Brasil, e gerido pelo JP Morgan Brasil DTVM.

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