MANSÃO

Flávio Bolsonaro se envolve em polêmica com jogador Richarlison por causa de mansão de R$ 10 milhões

Amigo do senador está disputando mansão com empresa do jogador da Seleção

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Rodrigo Fernandes

Publicado em 28/09/2022 às 11:54 | Atualizado em 25/11/2022 às 8:56
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O senador Flávio Bolsonaro (PL) está envolvido em uma polêmica relacionada ao atacante da Seleção Brasileira Richarlison, astro do primeiro jogo da Seleção na Copa do Mundo 2022. O filho mais velho de Jair Bolsonaro foi arrolado como testemunha em disputa judicial a respeito de uma mansão de R$ 10 milhões em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro. O imóvel pertence à empresa do jogador.

Segundo o colunista Guilherme Amado, do Metrópoles, a casa tem 11 suítes, praia privativa, cachoeira, piscina, quadra de tênis, heliponto e outros itens luxuosos.

A mansão foi vendida em 2020 para a Sport 70, empresa de Richarlison e de seu empresário, Renato Velasco. Em maio deste ano, porém, a Justiça transferiu a posse do imóvel para o advogado Willer Tomaz, amigo de Flávio.

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Mansão de R$ 10 milhões em Angra, Rio de Janeiro, é motivo de imbróglio que envolve Flávio Bolsonaro e Richarlison - Reprodução/Metrópoles

De acordo com a publicação de Amado, Flávio Bolsonaro conheceu a mansão em julho de 2020, quando foi a Angra acompanhado da esposa e do então ministro Tarcísio de Freitas. Ele foi recepcionado no imóvel junto a Tomaz pelo antigo dono da casa, Antônio Marcos, que já negociava a venda para Richarlison.

Cinco meses depois, quando a casa já havia sido vendida para o jogador, Flávio e Tomaz ancoraram uma lancha em frente à propriedade, sem autorização de Antônio Marcos nem do novo proprietário. Eles foram barrados pelo antigo dono da mansão.

"Contei a Willer Tomaz e ao Flávio que já tinha negociado [a casa]. Willer dizia ‘Ah, será que ele [o novo dono] não vende? Você não consegue cancelar a venda? Como está o contrato, ele tá te pagando ainda ou pagou tudo?’, e eu dizia que não tinha como, porque o negócio já tinha sido feito", disse Antônio à reportagem de Guilherme Amado.

No mesmo dia, também sem autorização, o senador fez imagens aéreas do local e publicou em seu perfil do Instagram.

Já com obras realizadas pelos novos donos na mansão, a esposa de Renato Velasco passou a morar no imóvel. Ela estava grávida. Na época, ela foi abordada na casa por oficiais de Justiça e policiais para cumprir uma decisão de reintegração de posse, dada pelo juiz Ivan Pereira, da Segunda Vara Cível da Comarca de Angra.

Isso aconteceu porque, em 2021, Willer Tomaz iniciou uma batalha judicial para comprar o imóvel da mesma pessoa a quem a empresa de Richarlison havia adquirido anteriormente.

Em vídeos gravados pela própria esposa de Velasco, policiais são mostrados colocando roupas e pertences da mulher do lado de fora da casa.

Segundo advogado da M Locadora, que consta no registro do imóvel como proprietária da mansão, os ocupantes seriam invasores.

Dois dias depois do imbróglio, advogados da empresa de Richarlison conseguiram reverter a decisão, comprovando que não eram invasores. Eles retomaram a posse da casa.

Tomaz, então, recorreu à Segunda Instância da Justiça do Rio, pedindo a suspensão da decisão, e recuperou, em decisão liminar, a posse do imóvel.

A decisão mais recente do processo aconteceu no último dia 5 de agosto, quando o desembargador Adriano Guimarães deu nova liminar a favor do amigo de Flávio Bolsonaro.

O senador foi arrolado como testemunha a pedido dos advogados da empresa de Richarlison, para que ele confirme que o imóvel não pertencia a invasores.

Ao jornalista Guilherme Amado, Flávio Bolsonaro disse que não tem relação com o imóvel ou com o processo movido pelo amigo Willer Tomaz.

Atualmente, seguranças armados tomam conta do imóvel. Uma nova decisão da 8ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio é aguardada.

Nota de esclarecimento de Willer Tomaz

Em contato com o Blog de Jamildo, o advogado Willer Tomaz afirma que é o único detentor do uso da referida casa. Em nota, ele relata que o imóvel está registrado exclusivamente em nome da M Locadora, e que sua empresa adquiriu regularmente os direitos de uso da mansão, sendo hoje a única titular de direitos do imóvel.

O texto também diz que a empresa de Richarlison arrolou testemunhas alheias aos fatos, e que nunca teria provado que comprou direitos de uso da mansão da M Locadora. Segundo o texto, contratos particulares não têm valor jurídico.

Ainda, que o processo em curso na Justiça envolve a M Locadora, a Sport 70, de Richarlison e seu empresário, e a YTA Consultoria, do deputado Alencar da Silveira Junior.

Sobre o vídeo em que uma mulher aparece com os policiais na mansão, a nota afirma que ela teria tentado impedir o cumprimento da ordem, e que nenhuma grávida foi removida à força.

O Blog de Jamildo segue aberto às manifestações das partes envolvidas.

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