opinião econômica

Desvarios orçamentários do governo Lula

"O governo do presidente Lula parece estar mais preocupado em manter uma aparência de prosperidade do que em realmente zelar pela saúde financeira do país", diz professor da FGV

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Jamildo Melo

Publicado em 01/03/2024 às 10:26 | Atualizado em 01/03/2024 às 10:27
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Por Murillo Torelli, em artigo enviado ao blog de Jamildo

Recentemente, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, protagonizaram mais um capítulo da tragédia fiscal que assola o país. Em um encontro que deveria ser pautado por medidas de contenção de gastos, o que se viu foi um espetáculo de descompromisso com a responsabilidade fiscal.

A ministra Tebet, em uma demonstração de falta de sensibilidade, anunciou um cronograma para a revisão dos gastos públicos em 2024. No entanto, ao invés de pensar em cortes necessários para equilibrar as contas públicas, a proposta é apenas "repriorizar" despesas. Uma estratégia que mais parece um jogo de palavras para disfarçar a ineficiência na gestão financeira do governo.

O discurso de "repriorização" é, na verdade, uma máscara para justificar a manutenção de gastos desnecessários e que, muitas vezes, agregam à população em geral. É uma dança perigosa que camufla a verdadeira irresponsabilidade do governo federal, que prefere mudar o destino dos recursos a cortar custos ineficazes.

Um dos alvos dessa revisão é o corte nos gastos sociais, atingindo diretamente o Ministério do Desenvolvimento Social e o Bolsa Família. Em um momento crítico para a população mais vulnerável, o governo demonstra sua falta de compromisso social ao sacrificar os que mais precisam de apoio.

Além disso, o Ministério da Previdência e o INSS também serão afetados, com um pente-fino nos benefícios previdenciários. Em um país com uma população envelhecida e muitos idosos em situação precária, essa medida revela a insensibilidade do governo diante das necessidades prementes da sociedade. Isso que é um governo que se diz com uma visão social.

Para agravar a situação, observamos um aumento recorde na carga tributária, resultado das medidas arrecadatórias implementadas por Haddad. Em janeiro, a receita cresceu 6,7%, totalizando R 280,6 bilhões. Essa arrecadação recorde não é fruto de uma economia saudável, mas de um aumento dos impostos que recai pesadamente sobre os ombros da população já sufocada.

O governo do presidente Lula parece estar mais preocupado em manter uma aparência de prosperidade do que em realmente zelar pela saúde financeira do país. Os gastos descontrolados e a falta de compromisso com a responsabilidade fiscal são marcas indeléveis dessa gestão, que aparenta mais interesse em agradar setores específicos do que em atender às reais necessidades da população.

É urgente que a sociedade exija transparência e responsabilidade por parte do governo. Não podemos permitir que a dança irresponsável com as finanças públicas continue comprometendo o futuro do país e prejudicando aos que mais precisam de apoio. A responsabilidade fiscal deve ser uma prioridade, e o governo precisa ser cobrado por suas ações desastrosas em relação ao orçamento público.

Murillo Torelli é professor de Contabilidade Financeira e Tributária no Centro de Ciências Sociais e Aplicadas (CCSA) da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM)

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