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Faixas salariais: Governo Raquel pressiona União Brasil e toma vaga de Romero Albuquerque em comissão que analisa projeto

Diante da possibilidade de aprovação das emendas que buscam mudar o projeto de lei que extingue faixas salariais para policiais militares e bombeiros, o governo estadual muda configuração da Comissão de Justiça, em busca de maioria

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Jamildo Melo

Publicado em 28/03/2024 às 15:40 | Atualizado em 28/03/2024 às 16:05
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Na guerra que se transformou a discussão do projeto do fim das faixas salariais dos PMs, a gestão estadual enquadrou a liderança do União Brasil na Alepe, forçando o deputado Romero Sales Filho a pedir a cabeça do colega de partido Romero Albuquerque na composição da principal comissão permanente da Casa, de Constituição e Justiça. O objetivo é ter maioria e aprovar sem mudanças. Nesta semana que passou, a votação foi adiada, mesmo com uma forte pressão dos policiais militares na Alepe.

De acordo com o pedido enviado no fim da tarde de quarta-feira à Mesa Diretora, a deputada Socorro Pimentel, aliada da governadora Raquel Lyra, seria a substituta de Romero Albuquerque na vice-presidência do colegiado. O comunicado foi feito ao presidente da Alepe, Álvaro Porto (PSDB).

Pela lógica política vislumbrada pelo deputado afastado, o governo estaria ameaçando não dar o devido apoio aos parlamentares nas eleições deste ano, prejudicando o pleito em Ipojuca (no caso de Romero Sales, filho da prefeita Célia Sales) e em Araripina, base da deputada Socorro Pimentel.

A substituição, se efetivada, também acontece em um momento em que a esposa de Romero Albuquerque, a vereadora do Recife Andreza Romero, ingressou no PSB, pelas mãos de João Campos.

"A tentativa de intimidação é inédita no legislativo estadual. O legislativo não pode se curvar à pressão autoritária do Governo do Estado. Essa é uma movimentação totalmente antidemocrática, despótica, que demonstra o completo desrespeito do governo pelo papel de um legislativo independente e pelos princípios fundamentais da democracia”, disse Romero, apresentando-se como vítima das articulações da gestão.

“O governo coloca em jogo não apenas a minha posição na CCLJ, mas o voto de cada parlamentar que escolheu seu presidente e seu vice-presidente na comissão, os interesses da população e dos profissionais da segurança, comprovando, mais uma vez, não hesitar em submeter o interesse público aos seus próprios interesses políticos”, afirmou.

Nesta semana que passou, a relatora do projeto, deputada Débora Almeida, pediu a retirada da proposta da pauta, diante de um auditório repleto de agentes e familiares interessados na aprovação das emendas. Na ocasião, a deputada sequer deu acesso ao relatório com o seu parecer aos componentes da comissão.

"Desesperado, o Governo tenta correr atrás do prejuízo e evitar a derrota na nova reunião da CCLJ, marcada para a próxima terça-feira. Repudio veementemente qualquer ato de autoritarismo do governo estadual e seus aliados”, disse Romero Albuquerque.

"Depois de ter desarticulado a votação das emendas ao PL 1671/2024 na última reunião da Comissão de Constituição, Legislação e Justiça na terça-feira, o governo tenta, mais uma vez, passar com um trator por cima do Regimento Interno da Assembleia Legislativa"

"O objetivo é alcançar o número suficiente de aliados e barrar a mudança no texto encaminhado pelo Palácio. Entre essas mudanças, os deputados tentam evitar que o Governo de Pernambuco arraste o fim das faixas salariais até 2026", relata.

"Em troca de telefonemas na busca por apoio, a governadora e representantes da gestão estariam reclamando de não haver orçamento para extinguir as faixas salariais de imediato. Diante das negativas, a postura tem sido mais intimidadora".

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