O nome oficial de Carlos Eduardo Cintra da Costa Pereira só servia para se apresentar formalmente. Cadoca, que nos deixou neste domingo 13 de dezembro, virou marca e depois nome eleitoral de um dos personagens que o pernambucano mais relaciona ao turismo e a promoção da cidade do Recife.
Formado na escola do velho PCB, de onde saíram Byron Sarinho (também ja falecido) e Raul Jungmann, Cadoca foi vereador do Recife e, chamado pelo então prefeito Jarbas Vasconcelos, implantou um ousado projeto de valorização do destino Recife que o ajudou a fortalecer sua carreira política.
O nome de Cadoca acabou relacionado a um Carnaval fora de época, o Recifolia, que estava dentro de uma serie de ações que turbinaram o Recife, mas também Pernambuco.
Claro que isso se deu a partir de um momento da gestão Jarbas Vasconcelos em que a percepção de limpeza, trânsito mais organizado e cuidados com a cidade ajudavam. Mas Cadoca conseguiu, de fato, motivar o tarde turístico turbinando a ocupação hoteleira.
Eleito governador, Jarbas Vasconcelos levou Cadoca para a secretaria de Desenvolvimento Econômico onde ele talvez tenha dado sua maior contribuição a economia de Pernambuco.
A reestruturação do PRODEPE- Programa de Desenvolvimento do Estado de Pernambuco, cuja finalidade é atrair e fomentar investimentos na atividade industrial e no comércio atacadista de Pernambuco, mediante a concessão de incentivos fiscais e financeiros.
Com a colaboração de ao menos dois executivos pernambucanos, (Paulo Drummond, do Grupo Cornélio Brennand e Américo Pereira, do Rapidão Cometa), a SDEC construiu um modelo de captação de investimentos que virou referência.
Até hoje as linhas centrais escritas por Cadoca com a ajuda de Drummond e Pereira estão em uso tendo apenas sido atualizadas.
A implantação do Prodepe ajudou a Pernambuco iniciar uma fase de captação de grande investimentos privados. Como o Tecon-Suape chamando a atenção dos investidores para o Porto de Suape.
Cadoca na secretaria estadual também manteve seu foco no Turismo consolidando Recife como um polo de turismo de negócios ancorado no Centro de Convenções.
E verdade que entre 1999 e 2006, o Centro de Convenções tinha uma condição muito mais competitiva do que hoje, mas o Governo do Estado conseguiu criar uma política que funcionou.
Cadoca aproveitou-se desse prestígio, tanto que se reelegeu várias vezes, mas a sua imagem esteve sempre relacionada a tempo em que promoveu o Recife como destino turístico.
E esta talvez seja mesmo sua maior contribuição. Passar para o recifense um sentimento de pertencimento de uma cidade festeira e que gosta de sair de casa seja para fazer política, seja para se divertir. O recifense gosta de “se aglomerar” nas ruas, para usar um termo proibido nesses tempos de isolamento provocado pela covid-19.
E por isso a morte de Cadoca seja uma boa oportunidade de lembrá-lo com essa marca: Alguém que disse que o Recife é festa. O Recife gosta de folia.
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