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Sem verba da União, Adutora do Agreste recebe de Bolsonaro ramal que não entrega um litro d’água da Transposição

Segundo a presidente da Compesa, Manoela Marinho, até esta quarta-feira (20) não foram repassados os R$ 120 milhões que a União acordou em repassar a Pernambuco para Adutora do Agreste

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Fernando Castilho

Publicado em 20/10/2021 às 10:00 | Atualizado em 20/10/2021 às 10:40
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O presidente da República, Jair Bolsonaro, e o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, vem a Pernambuco nesta quinta-feira (21). Na cidade de Sertânia, o Ministério do Desenvolvimento Regional entrega oficialmente o Ramal do Agreste, parte importante da maior obra de infraestrutura hídrica de Pernambuco, que é a Adutora do Agreste.

O investimento foi de R$ 1,67 bilhão e o empreendimento beneficiará, juntamente com as duas etapas da Adutora do Agreste, mais de dois milhões de pessoas. O problema é que essas duas outras etapas não estão prontas.

O Governo Federal tem o compromisso de repassar para Pernambuco R$ 320 milhões para a Adutora do Agreste: R$ 200 milhões este ano e os R$ 120 milhões restantes, em 2022. Mas, segundo a presidente da Compesa, Manoela Marinho, até esta quarta-feira (20) não foi repassado nenhum valor.

O presidente vai inaugurar, na Barragem de Campos, a captação definitiva do Ramal de Sertânia, estrutura da Adutora do Pajeú. Outro investimento federal na obra que custou mais R$ 10 milhões.

Adalberto Marques/MDR/Divulgação
Presidente Jair Bolsonaro e ministro Rogério Marinho acionaram as comportas do primeiro trecho do Ramal do Agreste, no reservatório de Barro Branco, em Sertânia. - Adalberto Marques/MDR/Divulgação

A festa deve ser boa para o presidente tirar fotografias, mas na prática o Ramal do Agreste não acrescenta um litro d’água ao complexo da Adutora do Agreste, porque a conexão dele com as demais obras da adutora não estão prontas. O Ramal será entregue, inaugurado, mas não terá utilidade até que a Compesa conclua a obra no próximo ano.

O Governo de Pernambuco vem tendo problemas na captação de recursos federais para a Adutora do Agreste desde o Governo Temer, mas ainda assim, tocando o projeto.

Pelo acerto inicial, a obra do Ramal do Agreste deveria ser entregue simultaneamente a sua conexão com as obras da adutora. Mas no governo Bolsonaro, esse descasamento ficou mais acentuado. O ministro Rogério Marinho decidiu acelerar a obra do Ramal para que o presidente a entregasse ainda este ano.

Isso aconteceu, mas na prática, isso não ajudará que o maior volume de água da transposição seja efetivado e aconteça.

Enquanto o MDR acelerava sua parte na obra ano passado, o Governo só repassou R$ 120 milhões no mês de dezembro, prejudicando o andamento da obra.

A presidente da Compesa, Manoela Marinho, reconhece que o Ramal do Agreste é muito importante, mas o descasamento dele com o cronograma geral da Adutora do Agreste acabou criando esse vácuo de entrega.

ISAC NÓBREGA/PR
DE NOVO Bolsonaro já esteve nas obras hídricas de Pernambuco em 2020 - ISAC NÓBREGA/PR

 

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