Petrobras diz a Governo que países estão gastando para não aumentar combustíveis
Alemanha, França, Reino Unido, Itália, Espanha, Grécia, Japão e Dinamarca já fazem a concessão de subsídios diretos à população
Num relatório onde alerta o Governo para as dificuldades que os países ao redor do mundo estão tendo para reduzir o impacto dos preços dos combustíveis em função da guerra da Ucrânia, a Petrobras relacionou o conjunto de ações que os países estão tomando desde começo do ano, entre eles o racionamento de energia e até o fechamento de fábricas - como já acontece na China, que usa petróleo para gerar energia.
Nos Estados Unidos e Canadá, o governo já aceita que o reajuste no frete dos combustíveis seja automaticamente nos contratos.
Também nos Estados Unidos e também no Japão e Coreia do Sul, foram adotados a liberação dos estoques estratégicos para baixar o preço final no refino. Na China e na Índia, também foram ampliados o uso do carvão para gerar energia e reduzir a produção via petróleo.
Redução de tributos e concessão de subsídios
Mas segundo o estudo da Petrobras, a solução mais adotada globalmente foi a redução tributária e a concessão de subsídios. França, Itália, Espanha, Noruega, Coreia do Sul, Nigéria, Holanda e Índia cortaram a cobrança de impostos.
A outra solução adotada pelos países foi a concessão de subsídios diretos a população. Esse foi o caso da Alemanha, França. Reino Unido. Itália, Espanha, Grécia, Japão e Dinamarca.
O relatório assinado pelo presidente da empresa, José Mauro Ferreira Coelho, sugere que o Brasil passe a adotar soluções como no Canadá e Estados Unidos, onde os contratos de frete têm cláusulas de repasse do aumento dos custo do combustível, de modo a não prejudicar os caminhoneiros.
E que sejam adotados programas de transferência direta de recursos públicos para categorias específicas, como os beneficiários do Auxílio Brasil, do Vale Gás, além de motoristas de aplicativos e caminhoneiros.
Para a Petrobras, existe uma nova realidade que se impôs pelo conflito da Rússia com a Ucrânia, que retirou do mercado 6 milhões de barris/dia de petróleo que o mundo teve que se organizar para suprir.
A Rússia é o maior exportador mundial de gás e vende 70% mais que os Estados Unidos e os países do Oriente Médio.
Finalmente, o relatório informa ao Ministério das Minas e Energia que essa nova realidade impôs novos cenários internacionais, como o aumento das margens internacionais dos preços do diesel e a gasolina em relação ao petróleo provocado pelo baixo estoque de dos dois produtos ao redor do mundo.