Combustíveis ajudam e inflação cai pelo segundo mês, o que pode se repetir em setembro devido à redução de imposto
No grupo Alimentação, subiu 0,24%, pressionada pelo frango em pedaços (2,87%), o queijo (2,58%) e as frutas (1,35%)
Como estava previsto pelos economistas e até mesmo pelo presidente Jair Bolsonaro, a inflação no Brasil medida pelo IPCA caiu pelo segundo mês consecutivo, impulsionada pela queda nos preços de combustíveis.
Os combustíveis (-10,82%) estão no grupo de Transportes, que caiu -3,37%, influenciados, mais uma vez, pela queda dos preços dos quatro combustíveis pesquisados: gás veicular (-2,12%), óleo diesel (-3,76%), etanol (-8,67%) e gasolina (-11,64%). Como a gasolina tem um peso importante na pesquisa, o impacto negativo foi mais intenso (-0,67 p.p.) entre os 377 subitens do IPCA.
A outra contribuição para a redução do índice geral veio do grupo Comunicação (-1,10%). A variação negativa decorre especialmente da redução nos planos de telefonia fixa (-6,71%) e de telefonia móvel (-2,67%).
Na outra ponta estão os aumentos do grupo de Alimentos, que trouxe uma informação interessante: o item alimentação dentro do domicílio teve uma variação positiva quase nula (0,01%), consolidando o noticiário de que estava mais caro comprar os ingredientes do que comer num restaurante.
A variação da alimentação fora do domicílio (0,89%) ficou próxima à do mês anterior (0,82%) como vem sendo detectado.
O item Alimentação, que tem um peso forte no índice geral mostrou que houve altas em componentes importantes na cesta das famílias, como o frango em pedaços (2,87%), o queijo (2,58%) e as frutas (1,35%). A notícia positiva vem no preço do leite longa vida, que havia subido 25,46% em julho e que caiu 1,78% em agosto, contribuindo com -0,02 p.p. no índice do mês.
O maior aumento no IPCA de agosto veio do grupo Vestuário (1,69%), onde os destaques foram as roupas femininas (1,92%), masculinas (1,84%) e os calçados e acessórios (1,77%), decorrente da retomada do aumento de custos decorrentes também dos transportes.
A redução do índice geral no IPCA de agosto está na conta dos analistas e até mesmo do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que aposta numa terceira redução em setembro, quando estarão esgotados os efeitos da redução dos preços do petróleo no mercado internacional entre julho e agosto, que impactaram nos preços dos combustíveis.
Ele disse que o BC entende que a inflação teve alguma melhora recente, mas grande parte da melhora foi por medidas do governo [...] Mas a gente entende que ainda tem elemento de preocupação grande. A mensagem é que a gente precisa combater esse processo, entendendo que a gente vai passar por três meses de deflação, muito provavelmente, mas que a batalha não está ganha", completou Campos Neto.