Exército aposta em tecnologia de ponta para desenvolver projeto da Escola de Sargentos do Exército em Paudalho

Maior projeto do Exército Brasileiro na área de educação e formação militar, com investimentos de mais de R$ 1 bilhão, a Escola de Sargentos do Exército (ESE), a ser implantada em Pernambuco, não pretende ser apenas uma referência no cuidado ambiental no sítio onde será instalada. Ela deve fincar um marco no uso de tecnologia construtiva de ponta, de modo a reduzir tempo e recursos no empreendimento.

Encarregado de projetá-la, o Departamento de Engenharia e Construção (DEC) começou a usar a tecnologia de Modelagem da Informação da Construção (Building Information Modelling - BIM), um conjunto de processos integrados que permite a criação, a utilização e a atualização de modelos digitais de uma construção, de modo colaborativo, que sirva a todos os participantes do empreendimento, em qualquer etapa do ciclo de vida da construção.

A metodologia BIM tem se tornado um diferencial no mercado da construção civil, por conferir maior agilidade e redução de falhas na elaboração de projetos de uma obra. No Exército, ela apresenta novas abordagens, tendo em vista melhorar a performance final na construção civil que se apresenta entre os ramos de negócios menos digitalizados do mercado.

Nesse cenário, o DEC tem se destacado no cenário nacional na utilização da metodologia, obtendo ganhos por meio da implementação da metodologia BIM.

O Órgão de Direção Setorial do Exército Brasileiro, responsável pelo Sistema de Engenharia do Exército (SEEx), por intermédio da Diretoria de Obras Militares (DOM) e da Diretoria de Projetos de Engenharia (DPE), tem atuado na vanguarda da administração pública no que diz respeito ao emprego dessa nova tecnologia para desenvolvimento de projetos de obras.

O projeto da Escola de Sargentos do Exército tem um período de implantação projetado entre 2022 e 2034. O custo inicial estimado é de R$ 1,73 bilhão do Exército mais R$ 319,41 milhões de contrapartidas do Estado de Pernambuco.

COMPLEXO

A Escola de Sargentos do Exército (ESE) será implantada na área do Campo de Instrução Marechal Newton Cavalcanti (CIMNC) e atenderá uma capacidade de mais de 2.000 alunos (além do corpo docente e da área administrativa), demandando intervenções de grande magnitude, com ampla infraestrutura e diversas edificações.

Os próprios projetos do empreendimento já representam um grande desafio ao Exército e, por isso, a DPE (Organização Militar responsável pela elaboração dos projetos da nova unidade do Exército) está empregando a metodologia nos projetos em desenvolvimento, devido a sua elevada complexidade e por englobar diversas especialidades de arquitetura e de engenharia (estrutura, fundações, elétrica, lógica, água, esgoto, pavimentação etc.).

O diferencial de desenvolver um grande projeto como o da ESE com uso dessa metodologia é que ele permitirá o levantamento de quantitativos bem mais precisos e a estimativa de custos com menores possibilidades de erro.

Além da elevação da qualidade na elaboração já nos projetos da futura unidade, o que possibilitará ao Exército compor um planejamento mais amplo, com tomadas de decisões técnicas e operacionais, de utilização, de contratação e de desembolso financeiro, desde o desenvolvimento do projeto até a entrega da obra.

A vantagem da adoção da metodologia BIM é a possibilidade de reduzir mudanças e retrabalhos na fase de execução da obra. Além de facilitar a fiscalização e o controle da mesma.

A "Estratégia BIM" e o seu "Comitê Gestor BIM-BR" tem como grande objetivo difundir os benefícios da metodologia dentro do setor público e criar um ambiente mais seguro, com mais assertividade para os investimentos, tanto públicos quanto privados, trazendo segurança para a administração pública e para todos os colaboradores.

O projeto da nova Escola de Sargentos do Exército começou a se tornar realidade quando o presidente Jair Bolsonaro (PL) veio a Pernambuco, no dia 23 março, e fez o lançamento da pedra fundamental dela no Recife (PE). A cerimônia marcou o início da construção da escola.

No seu pronunciamento, o presidente disse que no espaço "juntam-se três escolas e 15 cursos do Brasil, gerando uma melhor instrução centralizada, melhor administrada, poupando recursos e garantindo uma melhor formação para esses jovens que se voluntariam a entrar para o Exército Brasileiro", declarou.

Em outubro de 2021, ele já havia anunciado o local da nova instituição de formação militar disputada por vários outros estados pelo impacto que o empreendimento vai provocar já que acomodará aproximadamente 7 mil pessoas de forma permanente.

Anteriormente ao lançamento da pedra fundamental, o Governo de Pernambuco e o Exército Brasileiro tinham assinado protocolo de intenções para a implantação da escola em cerimônia no Forte do Brum, com as presenças do governador Paulo Câmara e do Comandante do Exército Brasileiro, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira.