Americanas vai precisar de aporte de acionistas e crédito de ao menos R$ 1 bilhão. Ações despencam na bolsa
Americanas S.A. informou que "numa análise preliminar, a área contábil da Companhia estima que os valores das inconsistências sejam da dimensão de R$ 20 bilhões"
O ex-presidente e agora conselheiro da Americanas S.A. Sergio Rial admitiu que será necessário uma capitalização no curto prazo para arcar com as despesas financeiras da companhia a partir da constatação da inconformidade comunicada pela companhia aos seus acionistas nesta quarta-feira (11).
A Americanas S.A. é um corporate com o controle acionário pulverizado aonde a gestora de fundos Moat Capital Gestão Ltda., detém 36,55% através de ao menos quatro fundos e a Tavola Capital Gestão Ltda., que da mesma forma detém 22,84% seguindo-se um grupo de gestoras que detém a ações.
A Moat Capital é uma gestora independente multiestratégia em ações com longa experiência em gestão de recursos de terceiros e R$ 3 bilhões em ativos.
Rial participou de uma reunião fechada com clientes do BTG Pactual.
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A primeira avaliação é que é mesmo um caso de contabilização incorreta onde operação de risco foi sacada na conta de fornecedores (ao invés de ser classificada como dívida da empresa) e ativar os juros pagos ao banco como uma conta redutora de fornecedores, ao invés de reconhece a despesa financeira no balanço.
A decisão do presidente, Sergio Rial, e do Diretor de Relações com Investidores, André Covre, de pedir demissão após o anúncio, tornaram o mistério ainda mais intrigante. Eles assumiram em 1º de janeiro de 2023.
As ações da Americanas sinalizam nesta quinta-feira (12) uma queda de 75% depois de a empresa anunciar inconsistências em balanços financeiros de cerca de R$ 20 bilhões.
De acordo com o Sérgio Rial, num informe aos operadores do mercado há o entendimento de que essa contabilidade incorreta pode estar acontecendo há mais de 3 anos podendo que chega há muito mais tempo talvez entre 7 e 10 anos mas ainda sem estimativa precisa
Os R$20 bilhões são,, portanto, uma estimativa de quanto hoje deveria ser reclassificado como dívida (volume total da operação de risco sacado do balanço do terceiro trimestre.
De qualquer forma essa situação não deve haver um impacto caixa no curto prazo, mas isso depende da postura dos bancos em relação à oferta de linha de risco sacado hoje disponível para Americanas. Ou seja, a empresa poderá pleitear novos empréstimos aos bancos com que trabalha.
O nome de Rial, ex-presidente do Santander Brasil, foi anunciado em agosto do ano passado e o executivo assumiu agora, no início de 2023. Ele substituiu Miguel Gutierrez, que estava na Americanas há quase 30 anos e há 20 no comando do grupo.