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LOJAS AMERICANAS: entregas serão impactadas pela crise nas Americanas? Entenda as consequências da recuperação judicial

O segmento de e-commerce que a Americanas disputa trabalha um mercado onde não tem gente pequena. Entregas podem ser impactadas pela crise

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Fernando Castilho

Publicado em 19/01/2023 às 13:03
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A cada vez mais próxima Recuperação Judicial das Americanas S.A. pode gerar efeitos indesejados para as empresas do grupo e seus parceiros.

No fundo, o que a Americanas roda é, em grande parte, o estoque dos seus parceiros. Que nem sempre estão nas suas centrais de distribuição.

O segmento de e-commerce que a Americanas disputa trabalha um mercado onde não tem gente pequena. Esse novo modelo depende que os parceiros coloquem seus produtos para vender sobre o guarda-chuva da Americanas S.A.

O problema é que o parceiro das Americanas precisa das plataformas para crescer e até sobreviver. Mesmo que eles entreguem e até financiem, antecipando os recebíveis.

Porém, a crise enfrentada pela varejista já faz com que as empresas tomem cuidados para continuar a tratar com as Americanas.

Mas quais as reais consequências que a recuperação judicial terá na operação das Americanas?

No primeiro momento, é possível que prazos de entrega sejam ampliados pelos parceiros. Depois, pode haver redução dos estoques que eles precisam colocar nos Centros de Distribuição da Americanas S.A., por medo de ficarem presos na RJ.

Além disso, naturalmente, a compra no site americanas.com tende a se reduzir por medo do consumidor não receber o produto.

LOJAS FÍSICAS E OUTROS NEGÓCIOS DAS AMERICANAS

Isso impacta ainda na loja física, que também depende de fornecedores. A Americanas tem, hoje, 3.500 pontos de venda física, sendo 1.021 lojas clássicas e 786 Americana Express.

Numa RJ, é natural que o parceiro resista em entregar parte de seu estoque no CD da companhia.

A recuperação judicial também pode levar a que as Americanas se desfaça de outros negócios consolidados nos dois últimos anos.

Entre eles está a rede Hortifruti Natural da Terra (que tem 79 lojas), além da criação da VEM Conveniência, joint venture com a Vibra (antiga BR Distribuidora), para unir BR Mania, rede de lojas de conveniência franqueadas em postos BR e rede Local, operada pela Americanas S.A.

A empresa ainda comprou o grupo Uni.co, dono de Imaginarium, Puket, MinD e Lovebrands, avançando na criação de uma plataforma de franquias. São negócios que os seus concorrentes já estão de olho e que a RJ pode ajudar.

Apesar desse cenário, a Americanas comunicou aos clientes e parceiros que segue aberta e pronta para suas compras e entregas, nas lojas, no site e no app.

Entenda o que aconteceu com as Americanas no vídeo abaixo:

RECUPERAÇÃO JUDICIAL DAS AMERICANAS

Nos últimos anos, a Lojas Americanas fundiu-se com a plataforma B2W, que nasceu como uma empresa de internet unificando suas operações numa única plataforma.

Agora, em meio à descoberta do rombo bilionário e perda de valor de mercado, a empresa terá que, necessariamente, seguir o caminho da Recuperação Judicial. Não está no radar dos bancos que a empresa continue funcionando sem alguma proteção e sujeita às regras normais.

Ninguém no mercado acredita que a Americanas S.A. vai sobreviver caso não haja a participação firme dos principais sócios, Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, no processo.

É essencial que o G3, como são conhecidos os homens mais ricos do Brasil, se apresente e lidere a capitalização. Até porque eles sabem que uma empresa com a marca Americanas é grande demais para sair do mercado.

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