Preço do petróleo dispara, importadoras saem do mercado e Petrobras já sente pressão para aumentar preços da gasolina
Entre os dias 20 de março e ontem (13 de abril) os preços dispararam 22,42% aumentando U$ 15,78 o barril.
No ministério das Minas e Energia ninguém fala sobre o tema, na Petrobras a conversa é sobre energia renováveis e na Associação Brasileira das Importadoras de Combustíveis - Abicom os negócios são na direção de importação de óleo diesel da Rússia que agora dá descontos para quem comprar seus derivados.
Mas no mercado internacional do petróleo o quadro é assustador depois que a OPEP decidiu reduzir em 1 milhão de barris/dia a oferta de global de seus associados. Entre os dias 20 de março e ontem (13 de abril) os preços dispararam 22,42% aumentando U$ 15,78 o barril.
Se esse fenômeno é assustador para todos os países importadores no Brasil tornou-se dramático com a ausência dos importadores privados no segmento de gasolina o que obriga a Petrobras importar gasolina para suprir a demanda uma vez que suas refinarias só atendem 00% do consumo.
Na verdade, à medida que os dias passam a situação da formação de preços da Petrobras fica mais dramática. Nesta quinta-feira (13) é o 44º dia da vigência da redução linear média de 3,92% (- R$ 0,13/por litro) nos preços Petrobras comunicada no dia 1º de março último.
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Naquele dia, os preços do barril estavam em US$ 82,59 iniciando um queda que chegou aos US$ 70,77 e a partir daí iniciando um salto nos preços que chegou a US$ 86,64 nesta quinta-feira mantendo um estabilidade que é vista no mercado como de médio e longo prazo.
O problema desse rally de preços e agora uma certa estabilidade em alta é que obriga a Petrobras a ser responsável por toda a importação de gasolina para o mercado interno. Por sorte o oferta de diesel procedente da Rússia no mercado externo tem feito os preços do combustível baixarem de modo que a questão para a Petrobras é essencialmente a gasolina.
Segundo a Abicom considerando-se os seis principais polos de importação de combustíveis no Brasil existe uma defasagem média de –R$0,21/L, variando entre -R$0,26/L a -R$0,16/L, dependendo do polo de operação de importação.
Uma situação completamente diferente do óleo diesel cujo preços no mercado internacional somado ao câmbio que faz a cotação acumular uma redução de R$0,30/L desde o último reajuste nos preços da Petrobras. Hoje preços médios do óleo diesel operam com diferenciais positivos em todos os polos de importação.
As vendas de gasolina vem crescendo desde o primeiro semestre de 2022 quando totalizaram o volume de 19,7 milhões de m³, o que representa alta de 10,8% em relação ao mesmo período do ano anterior e 3,9% acima da média dos últimos anos. Desde abril de 2021, a demanda por combustíveis tem apresentado um crescimento significativo no mercado nacional.
Em 2023 a defasagem do preço da gasolina no mercado brasileiro já ameaça o consumo de etanol, segundo o presidente da Associação Brasileira dos Importadores de Combustível (Abicom). Ele não tem nenhuma expectativa de reajuste pela Petrobras antes da Assembleia Geral de Ordinária (AGO), prevista para daqui a duaqs semanas - 27 de abril.
Será nessa reunião que vai mudar os membros do Conselho de Administração da estatal, ainda comandado por indicados pelo governo Bolsonaro.
Se prevalecer a opinião do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira não haverá aumento dos preços da estatal pois ele defende que eles não seriam mais atrelados ao mercado internacional, mas ao que chamou de um preço "interno" dos combustíveis seguindo a determinação do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, de "abrasileirar" os preços da estatal.
Resta saber até quando a Petrobras sozinha no mercado de gasolina vai sustentar os preços do combustível?