Geração Z está mais disposta a correr mais risco na hora de investir revela pesquisa da ANbima
A caderneta de poupança ainda é o produto mais citado em todas as faixas etárias, porém, em patamares bem diferentes, chegando a 31% na geração X e a 30% entre os boomers
Uma nova pesquisa da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA) feita em parceria com o Datafolha mostra que houve um aumento forte do número de investidores, passando de 26%, em 2021, para 34% das pessoas desse grupo em 2022.
Segundo a 6ª edição do Raio X do Investidor Brasileiro, o que chama atenção é o percentual de brasileiros que investem em produtos financeiros cresceu em todas as faixas etárias, com destaque para a geração Z.
“Os jovens estão aprendendo o que é volatilidade e a assumir riscos. As gerações mais novas podem se arriscar mais porque contam com o fator tempo a seu favor para recuperar eventuais perdas e lidar com as consequências das suas decisões”, afirma Marcelo Billi, superintendente de Educação da ANBIMA.
Sobre os tipos de investimentos, a caderneta de poupança ainda é o produto mais citado em todas as faixas etárias, porém em patamares bem diferentes, chegando a 31% na geração X e a 30% entre os boomers. Já entre a geração Z, o percentual atingiu apenas 16%, com os mais jovens com mais apetite que os outros estratos geracionais para aplicar em moedas digitais e ações.
Sobre a principal vantagem de aplicar o dinheiro em produtos financeiros, a pesquisa mostra que o retorno aparece em primeiro lugar para os investidores da geração Z, com índice de 37% em 2022, seguido de segurança financeira com 35%. No ano anterior, a ordem era a inversa.
Para as demais gerações, a segurança, com a possibilidade de conseguir juntar uma reserva financeira, continua aparecendo no topo, chegando a 50% na geração X.
Outro dado importante apontado no levantamento é que os jovens estão cada vez menos dependentes da figura do gerente ou assessor/especialista em investimento. Quando questionados sobre o principal meio para decidir qual o melhor produto financeiro, a geração Z é a que menos se interessa/confia em buscar, presencialmente, informações com esses profissionais, com essa opção aparecendo em apenas 8% das respostas desse grupo. Se a orientação for a distância (por telefone ou online), o índice é de 4%.
Suas principais fontes são sites de notícias e amigos e parentes, com percentuais de 21% cada. Os influenciadores de finanças continuam exercendo um papel importante, repetindo em 2022 os 12% registrados no ano anterior. Já para as gerações a partir de 26 anos, a orientação com gerentes e assessores/especialistas pessoalmente ainda aparece com índices altos.
Na hora de investir, a digitalização ganha cada vez mais espaço entre os jovens. Tanto a geração Z (64%) quanto os millennials (57%) apresentaram percentuais bem acima da média da população (43%) na preferência pelo aplicativo do banco para fazer suas aplicações em 2022, como já havia sido observado em 2021. Já a geração X, os boomers e os 76+ têm ainda como escolha principal a ida pessoalmente ao banco.
A casa própria está no radar de todas as gerações e em destaque em três delas. Quando questionados sobre o destino que darão ao retorno das aplicações, a população dos 16 aos 60 anos -- gerações Z, millennials e X -- concorda que, em primeiro lugar, o dinheiro será usado para a compra de um imóvel. Já para os mais velhos, de 61 anos em diante, manter o dinheiro aplicado para emergências e ter estabilidade financeira é o mais importante.
Na geração Z, o desejo pela compra de um veículo aparece em segundo lugar, seguido de manter o dinheiro aplicado e, logo depois, educação, com o objetivo de fazer um curso, por exemplo.
Para a população com 76 anos ou mais, aparecem em destaque as atividades de lazer/viagens (18%) e deixar para os filhos (17%), ambos com o maior percentual entre todas as gerações.