Coniben reúne mais de 130 lideranças do setor energético do Brasil, Portugal e Espanha

Conferência Ibero-Brasileira de Energia acontece entre os dias 14 e 15 de novembro, em Lisboa, Portugal, com foco no setor energético

Publicado em 14/11/2024 às 15:56 | Atualizado em 14/11/2024 às 18:21
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Mais de 130 nomes de destaque no setor energético do Brasil, Portugal e Espanha reuniram-se no primeiro dia da Coniben, a Conferência Ibero-Brasileira de Energia. Essa, que é a terceira edição do evento, acontece em Lisboa, Portugal, entre os dias 14 e 15 de novembro.

A conferência é reconhecida como um espaço de aprendizado, networking e transformação no mercado de energia.

Lideranças

A abertura deste primeiro dia foi iniciada por Reive Barros, organizador da Coniben, que destacou a importância da conferência para a discussão do panorama energético de Brasil, Portugal e Espanha.

Em seu discurso, Barros pontuou que a edição deste ano da Coniben se concentra na "transição energética justa", abordando temas fundamentais como o emprego e a renda para os trabalhadores, as adaptações necessárias para um futuro sustentável e as contribuições essenciais para a construção de um "mundo habitável".

O evento também trará à tona debates sobre segurança alimentar, trazida pelo agronegócio, e segurança energética, com ênfase nas iniciativas brasileiras em produção de energia limpa, exportação de hidrogênio verde e seus derivados.

A mesa de abertura contou ainda com o embaixador do Brasil em Portugal, Raimundo Carrero, além do senador Fernando Dueire, do deputado federal Danilo Forte, do governador do Piauí, Rafael Fonteles, e do secretário-geral do Ministério de Minas e Energia (MME) do Brasil, Arthur Cerqueira.

O embaixador do Brasil em Portugal, Raimundo Carrero, sublinhou a importância da relação entre Brasil e Portugal na agenda entre os países, com especial destaque à transição energética, uma vez que ambos os países têm uma matriz elétrica de referência.

Além disso, Carrero ressaltou que "Portugal é um dos países com maior matriz energética limpa do mundo" e destacou o investimento de 7,3 bilhões de reais da EDP em 16 novas centrais solares no Brasil, uma ação que impulsionará a agenda de energia renovável.

Já o secretário-geral do MME do Brasil evidenciou o papel do Ministério de Minas e Energia na agenda de transição energética.

O governador do Piauí, Rafael Fonteles, também compartilhou sua visão sobre a transição energética no Brasil e no Piauí: "A transição energética é um dos pilares de desenvolvimento do Piauí, que hoje produz seis vezes mais energia do que consome", afirmou, destacando os avanços do estado no setor.

Além disso, Forte destacou a necessidade de acelerar a transição energética, enquanto que o senador Fernando Dueire apontou o forte potencial brasileiro no panorama energético mundial.

Dueire encerrou a cerimônia de abertura com uma mensagem de otimismo: "O Brasil está preparado e quer oferecer segurança jurídica para esse novo tempo", reforçando o compromisso do País com um futuro sustentável e com a atração de investimentos no setor energético.

Painéis como espaço de aprendizado

Os cinco painéis do primeiro dia da Coniben foram espaço de palestras importantes sobre as novidades do setor energético.

No primeiro, que tratou de estratégias para a transição energética e foi mediado por Moacir Bertol, diretor G e T da Copel, as discussões ficaram a cargo de Maria João Coelho, diretora geral da associação Portuguesa de Empresas do Setor Elétrico - ELECPOR, de Thiago Ivanoski, Diretor de estudos Econômico-Energéticos da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), de Fernando Moura, Diretor da Agência Nacional de Petróleo, Biocombustíveis e Gás Natural (ANP) e de Alexandre Ramos, Presidente da Câmara da Comercialização de Energia.

O bom panorama do Brasil, que está como primeiro colocado em termos de transição energética dentre os países do G20, foi um dos destaques, além da recém-lançada Política Nacional de Transição Energética, sob a responsabilidade do Ministério de Minas e Energia. O contexto da Península Ibérica, que obedece o Pacto Ecológico Europeu, também foi tema, com foco nos desafios e oportunidades que virão.

Já o segundo painel, que teve a moderação de André Pepitone, Diretor Financeiro Executivo de Itaipu, foi focado na estrutura tarifária de energia e gás.

Além de Pepitone, o painel contou com Pedro Verdelho, presidente da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), Fernando Mosna, Diretor da Agência Reguladora de Energia Elétrica (ANEEL), e José Mauro, Presidente da Aurum Energia.

Temas como a relação por região da tarifa média por média salarial (no caso brasileiro), estrutura tarifária do setor de gás natural no Brasil, a integração de fontes renováveis de energia como peça fundamental da descarbonização e, no contexto europeu, a estrutura de preços das tarifas “time of use” foram levantados.

SUSTENTABILIDADE, ESG E AGRONEGÓCIO

Sustentabilidade, ESG e agronegócio foi o tema do terceiro painel. Dessa vez moderado por Maurício Souza, diretor de TI, Relacionamento com Agentes e Assuntos Regulatórios - ONS, contou com palestras de José Pedro Freitas, Chairman da Mota-Engil Capital, de Renato Amaral, Diretor Comercial da Enerwatt Engenharia, de Pedro Vaquer Brunet, Presidente e Sócio Fundador da Solatio e de Madalena Porangaba, que é Gerente Executiva Jurídica da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

A discussão foi desde a sustentabilidade como oportunidade de negócios, passando por inovação sustentável e geração distribuída de energia.

O quarto painel, com o tema “Transição energética – aspectos jurídicos e econômicos” trouxe discussões sobre os desafios e as oportunidades da transição energética sob as perspectivas jurídica e econômica.

Moderado por Márcio Rea, diretor geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o painel contou com a participação de Jorge Viegas de Vasconcelos, Presidente da NEWES – New Energy Solution, Guilherme Baggio, Sócio Fundador da Baggio e Costa Filho Sociedade de Advogado, e Filipe de Vasconcelos Fernandes, professor na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa e membro da Direção da AP2H2.

O debate abordou temas fundamentais como o papel da regulamentação na promoção de fontes renováveis, os desafios econômicos para o setor energético e as adaptações jurídicas necessárias para viabilizar uma transição justa e eficaz.

INVESTIMENTOS E DESENVOVIMENTO DE MERCADO

Encerrando o primeiro dia, o quinto painel focou em “Estratégias para investimentos e desenvolvimento de mercado” abordando as perspectivas de expansão para o setor energético e as principais estratégias de investimento.

Com a moderação de Eduardo Rossi, Diretor de Inovação e Novos Negócios da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), o painel contou com Luiz Piauhylino Filho, Diretor da H2 Verde, Júlio Silva, Gestor do FCT Equity Fund, e Ricardo Gedra, Gerente da CCEE.

Os palestrantes exploraram os caminhos para atrair novos investimentos e desenvolver o mercado energético com foco na sustentabilidade, além de discutirem o papel das inovações tecnológicas e dos financiamentos estratégicos para o crescimento do setor.

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