Segundo dia de Coniben é marcado por discussões sobre armazenamento de energia, hidrogênio verde e mais
A Coniben, Conferência Ibero-Brasileira de Energia, chega à terceira edição reunindo mais de 130 lideranças do setor no Brasil, Portugal e Espanha
No segundo dia da Coniben, a Conferência Ibero-Brasileira de Energia, o evento continuou com sua proposta de ser um espaço essencial para discussões profundas sobre o futuro do setor energético.
O evento, que ocorreu em Lisboa, entre os dias 14 e 15 de novembro, reuniu mais de 130 líderes no setor do Brasil, Portugal e Espanha, sendo uma plataforma de debates sobre as novas soluções e desafios da transição energética.
Ainda no primeiro dia, Reive Barros, organizador da Coniben, destacou a importância da conferência para a discussão do panorama energético de Brasil, Portugal e Espanha, pontuando que a edição deste ano da Coniben se concentra na "transição energética justa", abordando temas fundamentais como o emprego e a renda para os trabalhadores, as adaptações necessárias para um futuro sustentável e as contribuições essenciais para a construção de um "mundo habitável".
O segundo dia contou com a participação de mais especialistas, autoridades e representantes do setor privado e do governo, abordando desde as tecnologias inovadoras até os desafios regulatórios da transformação do mercado de energia.
Destacam-se também as participações do Presidente do Sindicato de Empresas de Energia do Ceará, Luis Carlos Queiroz, e do Diretor Presidente do Sindi Energia Pernambuco, Bruno Barros.
O futuro do setor energético
Os painéis deste dia abordaram uma ampla gama de temas que são fundamentais para o futuro energético global, com destaque para o hidrogênio verde, o armazenamento de energia, a infraestrutura para exportação de energias renováveis e a transição energética justa.
O primeiro painel da manhã, moderado por Vital do Rego Neto, tratou do papel crescente do hidrogênio verde como fonte estratégica para a transição energética.
Marcella Franchi, Global CMO da Haffner Energy, Alexandre Americano, Presidente da Mercúrio Partners, e Silas Rondeau, Presidente da Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional (ENBPar), compartilharam suas perspectivas sobre os projetos de hidrogênio verde, suas aplicações industriais e os avanços tecnológicos que tornam o hidrogênio uma das apostas mais promissoras para descarbonizar a economia global.
O segundo painel, moderado por Gustavo de Marchi, Consultor da FGV Energia, focou em soluções de armazenamento de energia, um tema essencial para garantir a estabilidade dos sistemas energéticos, especialmente com a crescente integração das fontes renováveis.
Sistemas de armazenamento e hidrogênio verde
Os especialistas Markus Vlasits, Presidente da Associação Brasileira de Soluções de Armazenamento de Energia (ABSAE), Adalberto Campello, Gerente de Negócio do Grupo Moura, e Leonardo Uehara, CFO e Co-Fundador da ANODOX Energy Systems, discutiram os avanços nas tecnologias de baterias e outros sistemas de armazenamento, que são cruciais para garantir a oferta de energia de forma contínua e eficiente.
Moderado por Arthur Cerqueira Valério, Secretário Executivo do Ministério de Minas e Energia (MME), e Gentil Nogueira, Secretário de Energia do MME, o terceiro painel discutiu as estratégias e desafios para a construção da infraestrutura necessária à exportação de hidrogênio e seus derivados.
Luiz Piauhylino Filho, Diretor da H2 Verde, Gustavo Silva, Diretor da QAIR, e Thiago Arruda, Vice-Presidente para América Latina da European Energy, apresentaram as diferentes abordagens e iniciativas em curso nos dois continentes para facilitar o comércio de hidrogênio verde, destacando as oportunidades para o Brasil e Portugal no mercado internacional de energias limpas.
Mercado de crédito de carbono e transição energética justa
O painel sobre "Mercado de crédito de carbono" foi moderado por Raul Lisboa, Procurador Geral da Aneel. Lucila de Almeida, Professora de NOVA School of Law e Diretora do NOVA Green Lab, Rafaella Dortas, Líder de ESG do BTG Pactual, e José Eduardo Martins, Sócio da Abreu Advogados, debateram os mecanismos de mercado para a compensação de emissões de carbono, discutindo as tendências globais e as iniciativas que podem tornar os créditos de carbono uma ferramenta eficaz para alcançar as metas de neutralidade de carbono.
A discussão também abordou as oportunidades jurídicas e financeiras que surgem com o aumento da demanda por projetos de redução de emissões.
O evento se encerrou com o painel sobre "Transição energética justa", moderado por Marina Alves, Diretora de Estratégias Políticas e Projetos da ADENE.
Thaynara Leal, Consultora Senior em Transição Energética, Inês Gaspar, Gestora de Produto na Aurora Energy Research, e Ariana Martins, Innovation Developer na CapWatt, discutiram a importância de garantir que a transição energética ocorra de forma equitativa, considerando os impactos sociais e econômicos em diferentes regiões e grupos sociais.
O painel destacou a necessidade de políticas públicas que assegurem a inclusão dos trabalhadores da indústria tradicional de energia e a adaptação das comunidades mais vulneráveis aos novos tempos de um setor energético sustentável.
Em resumo, o segundo dia da Coniben se destacou pela diversidade de temas abordados e pela alta qualidade das discussões, reafirmando o evento como um espaço crucial para a troca de ideias, alinhamento de estratégias e desenvolvimento de soluções que visam um futuro energético mais sustentável e justo para todos.