Por Roberta Soares, da Coluna Mobilidade
Numa estratégia comercial, a Uber deu mais um passo na busca por ampliar a participação das mulheres na sua plataforma. Primeiro, como motoristas parceiras. Depois, conquistando mais mulheres passageiras atraídas pela segurança de serem guiadas por condutoras femininas. Afinal, qual mulher não se sente mais segura quando pede um aplicativo de transporte de passageiros e chega uma mulher ao volante?
Pensando estrategicamente, a Uber anunciou na manhã desta quarta-feira (11/03), em São Paulo, a ampliação nacional do projeto Elas na Direção, que incentiva e estimula a entrada das mulheres para atuar na plataforma. Seis novas capitais - entre elas o Recife - passam, a partir de agora, a contar com o programa. Para isso, as mulheres terão três suportes atrativos, com destaque para o dispositivo que permite às condutoras aceitar apenas corridas solicitadas por passageiras. Uma forma de combater a insegurança urbana, um dos principais entraves apontados pelas mulheres ouvidas numa pesquisa realizada pelo IFC (International Finance Corporation), instituto do Banco Mundial.
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De fato, queremos, sim, num futuro próximo, poder oferecer às nossas passageiras a opção de escolher uma condutora mulher, o que hoje não é possível porque o número de condutoras dirigindo na nossa plataforma é pequeno e comprometeria o tempo de chegada dos veículos<aspas>,Claudia Woods, diretora geral da Uber no Brasil
Além da capital pernambucana, Salvador (BA), Brasília (DF), Belo Horizonte (MG), Goiânia (GO), e Manaus (AM). Apesar do discurso moderno, atual e lógico de empoderamento feminino e independência financeira da mulher - neste último caso um fator fundamental para combater a violência doméstica feminina -, a gigante digital tem razões técnicas e financeiras para correr com o Elas na Direção: dos 600 mil motoristas cadastrados na plataforma, apenas 6% são mulheres. A exclusão feminina é realidade mundial da plataforma, mas o Brasil se destaca entre outros países.
"De fato, queremos, sim, num futuro próximo, poder oferecer às nossas passageiras a opção de escolher uma condutora mulher, o que hoje não é possível porque o número de condutoras dirigindo na nossa plataforma é pequeno e comprometeria o tempo de chegada dos veículos. Mas é uma demanda que nos chega com frequência. Agora, a partir do programa, poderemos ampliar essa oferta", explica Claudia Woods, diretora geral da Uber no Brasil há um ano.
SERVIÇO EM MAIS CIDADES
O Elas na Direção foi lançado como projeto no fim de 2019 em Campinas (SP), Curitiba (PR) e Fortaleza (CE). Depois chegou a outras oito cidades do País, entre elas Porto Alegre (RS).
Além do dispositivo para aceitar corridas apenas de mulheres - que só estará disponível a partir do dia 30 de março porque é necessário finalizar a identificação do cadastro das clientes, o programa prevê facilidades para o aluguel de veículos (10% de desconto para elas) - dificuldade apontada por 36% das mulheres ouvidas - e orientações estrategicas online sobre como utilizar o aplicativo e ter uma operação mais otimizada.
O Elas na Direção foi desenvolvido numa parceria com a Rede Mulher Empreendedora para aumentar e fortalecer a comunidade de motoristas parceiras. Chega para diminuir a desigualdade entre homens e mulheres no mercado. Isso porque, embora representem 52,4% da população em idade de trabalhar, elas respondem por apenas 45,6% do nível de ocupação no País. Enquanto os homens respondem por 64,3%, segundo o IBGE.
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De fato, queremos, sim, num futuro próximo, poder oferecer às nossas passageiras a opção de escolher uma condutora mulher, o que hoje não é possível porque o número de condutoras dirigindo na nossa p
Claudia Woods, diretora geral da Uber no Brasil
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