Matéria atualizada às 10h.
Com 43% da frota em circulação até às 7h, número abaixo dos 50% previstos após determinação do Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT 6ª), mas acima dos 20% registrados no mesmo período na terça-feira (22), o segundo dia de greve dos rodoviários da Região Metropolitana do Recife (RMR) começou menos caótico, segundo avaliação do diretor de operações do Grande Recife Consórcio, André Melibeu.
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"A situação de hoje é bem diferente da de ontem (terça, 22), quando tivemos uma frota em circulação muito reduzida. Com a determinação de que fossem lançados 50% da frota em circulação, houve uma saída mais tranquila das garagens. Não conseguimos chegar aos 50%, mas estamos na ordem de 43% até às 7h, e a gente acredita que essa situação se normalize no decorrer do dia", explicou em entrevista à reportagem do Sistema Jornal do Commercio de Comunicação (SJCC).
Apesar da aparente melhora na circulação dos ônibus no Grande Recife, diversos terminais integrados da cidade registraram longa espera e aglomerações de pessoas dentro e fora dos coletivos. Nos terminais da Macaxeira, na Zona Norte da cidade, do Barro, na Zona Oeste, e de Joana Bezerra, na área central da capital, por exemplo, os passageiros enfrentaram filas enormes para embarcar.
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De acordo com André Melibeu, mesmo com a frota em circulação sendo maior nesta quarta-feira (23) do que a registrada na terça, os motoristas e cobradores seguem em greve. Por isso, as aglomerações só deverão ser minimizadas a partir do momento que rodoviários e empresários entrarem em acordo.
"Ainda é necessário esse acordo entre o sindicato patronal e o sindicato obreiro, porque nós continuamos com os veículos operando com uma lotação muito grande. A gente não está conseguindo reduzir a aglomeração na frota", revelou.
Às 10h desta quarta, está marcada uma audiência de conciliação entre rodoviários e empresários, mediada pelo Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região.
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A audiência, no entanto, não provoca boas expectativas. Isso porque foi diante do mesmo Tribunal e da mesma desembargadora que agendou a mediação desta quarta - a vice-presidente do TRT da 6ª Região, Dione Nunes Furtado - que rodoviários, empresários de ônibus e o governo de Pernambuco fizeram um acordo, no dia 23/11, para evitar a primeira greve da categoria, programada para acontecer no dia seguinte. Esse acordo, segundo os rodoviários, foi descumprido e é a razão do movimento paredista iniciado na terça.
“Aceitamos negociar sim, é claro. Mas não abrimos mão do fim da dupla função, como temos dito. O governo de Pernambuco e os empresários descumpriram todo o acordo firmado no dia 23/11 e que evitou a nossa primeira greve, aprovada pela categoria. Fomos enganados. A Justiça do Trabalho também. Não só o TRT, mas também o Ministério Público do Trabalho (MPT). Por isso, não aceitamos a dupla função. Se o governador Paulo Câmara quiser ter ônibus para o Natal, terá que fazer valer a portaria que assinou para garantir o acordo e evitar a greve naquela época.", afirmou o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Aldo Lima.
Já segundo Fernando Bandeira, presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros no Estado de Pernambuco (Urbana-PE), o movimento paredista registrou um significativo enfraquecimento nesta quarta-feira (23), com cerca de 45% da frota em circulação até às 9h30.
"Todos verificam que mais ônibus estão rodando hoje do que ontem, isso significa um enfraquecimento do movimento grevista. Nós estamos com 45%. O movimento está se esvaziando, eu faço um acompanhamento de frota de meia em meia hora, e a frota em circulação vem crescendo. Com pessoas contratadas. Contratamos para cumprir a decisão judicial.", disse em entrevista ao programa Passando a Limpo, da Rádio Jornal. Bandeira acredita que a partir das 12h a frota em circulação irá bater os 50% exigidos pelo TRT 6ª, e, na quinta-feira (24) de véspera de Natal, a situação já estará completamente normalizada.
Sobre a audiência de conciliação que acontece nesta quarta, o presidente da Urbana revelou esperar um bom resultado. "Acredito que a desembargadora vai convencer a categoria que esse movimento não leva a nada. Acho que essa pauta é política partidária e não sindical, porque todos já sabemos que a dupla função é inconstitucional. A audiência de hoje é pra resolver o movimento grevista, não tem nada a ver com aquilo que já foi resolvido. Dupla função, pagamento de salário, não demitir. O que a gente vai analisar agora é essa greve, se é legal ou não", completou.
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