Presidente Kennedy, em Olinda, é parte esperança, parte suplício com lentidão da obra

Quem mora ou circula pela Avenida Presidente Kennedy, um dos principais eixos viários e de transporte público de não só de Olinda, mas também metropolitano, aguarda ansioso o avanço das obras de requalificação da avenida. Os trabalhos, no entanto, estão em ritmo lento. Dos 4,5 quilômetros da via, 1,8 quilômetro foi modernizado e entregue à população ainda no fim do ano passado, sendo muito bem aprovado. Mas as obras dos 2,7 quilômetros restantes têm demorado demais na avaliação de quem mora, comercializa ou circula na avenida. E, com a chegada das chuvas, o receio de que atrase ainda mais ganha força, juntamente com a desconfiança das pessoas.

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"É impossível não se associar às eleições. No ano passado, em poucos meses, foram feitos quase dois quilômetros de via. E, desde então, já se vão mais de seis meses e a prefeitura segue no segundo trecho. Estou ansioso para que a avenida seja transformada como foi no início da via, que ficou muito boa. Lá, está tudo arrumado e não existem mais alagamentos", afirma o comerciante Erickson Jerônimo, que tem uma pequena gráfica às margens da Presidente Kennedy. O primeiro trecho da obra fica entre o giradouro do Complexo de Salgadinho e a Avenida Antônio da Costa Azevedo. O segundo é entre a Costa Azevedo e a 2ª Perimetral e, o terceiro, entre a Perimetral e a Estrada de Águas Compridas.

CONFIRA COMO ESTÁ O TRECHO JÁ REQUALIFICADO

A ansiedade do comerciante é compreensível e compartilhada quando se circula pela avenida e se vê a discrepância do que foi requalificado para o que ainda aguarda a intervenção municipal. A degradação dos quase três quilômetros restantes ficou ainda maior do que antes exatamente pela comparação com o trecho requalificado. As carcaças das estações de embarque e desembarque dos ônibus, ainda no meio da avenida, são assustadoras quando comparadas com as novas estações da requalificação. Deixam evidente que é possível, sim, o poder público oferecer equipamentos no mínimo decentes para a população, seja para o passageiro do ônibus, o pedestre ou o condutor de veículo.

 

 

E, de fato, o 1,8 quilômetro requalificado da Presidente Kennedy mudou a imagem da avenida. As novas paradas de ônibus, as travessias elevadas para os pedestres, os gradis indicadores de travessia, a nova sinalização vertical e horizontal, a nova iluminação em LED e a transferência da faixa de ônibus para a direita da via deram uma nova mobilidade urbana ao corredor, por onde passam 39 linhas de ônibus e circulam cinco mil carros. E o trabalho de drenagem é o mais lembrado pela população. “Nunca vi uma obra dessas na Presidente Kennedy em toda minha vida. Ficou muito bom. Hoje, não temos mais alagamentos no trecho que ficou pronto. As chuvas recentes foram um bom teste. Enche, mas escorre rápido. Foi uma grande mudança e, por isso, precisa avançar por toda a avenida”, afirma o comerciante Silvestre Tavares, proprietário de uma delicatessen instalada na via e que sempre sofreu com os alagamentos.

E COMPARE COM OS TRECHOS AINDA NÃO REQUALIFICADOS

A obra de requalificação da Presidente Kennedy começou no início de 2020 e vai custar R$ 15,5 milhões - basicamente recursos do município de Olinda. A drenagem vai beneficiar 60 ruas adjacentes. A avenida tem oito paradas de ônibus, quatro delas já instaladas no lado direito da via na primeira etapa das obras.

GARANTIAS
A Prefeitura de Olinda acalma a população e garante que a obra da Presidente Kennedy está garantida. Diz também que ficará pronta até dezembro de 2021 e que os recursos estão assegurados. Evandro Avelar, assessor técnico da prefeitura, explica que o ritmo da obra ficou um pouco mais lento por causa das chuvas, mas as frentes de trabalho estão presentes diariamente na via e, em no máximo 45 dias, estará iniciando os trabalhos no terceiro e último trecho do projeto de requalificação.

“A população pode ficar tranquila porque a programação está toda sob controle e os trabalhos seguem. Vamos entregá-la, sim, até dezembro de 2021. O pior trecho, mais difícil, com mais conflitos e obstáculos, principalmente sob o aspecto da drenagem, foi o primeiro, já finalizado e com bons resultados. Exigiu muita aprendizagem e trabalho. Tivemos que fazer sete lançamentos de deságue para a bacia do Rio Beberibe. Foi uma prova de fogo que se mostrou exitosa. O segundo e o terceiro trechos serão mais rápidos, mesmo com a chuva. Já temos 50% da drenagem de toda a via pronta e 30% das calçadas do segundo trecho finalziadas”, explicou.

Para dar a dimensão da importância da obra da Presidente Kennedy para Olinda, Avelar compara a via à Avenida Conde da Boa Vista, eixo viário estruturador do Centro do Recife. “A Kennedy representa para Olinda o que a Conde da Boa Vista significa para o Recife. É um corredor extremamente importante. E buscamos o mesmo padrão. Com a diferença que reformamos uma via. Não fizemos uma nova, o que torna o trabalho ainda mais difícil. Toda a adutora central está sendo substituída num trabalho em parceria com a Compesa, fizemos todo o esgotamento sanitário, drenagem, iluminação, corredor de ônibus. Uma obra que tem desafios reais e que muita gente não conseguiu enfrentá-los até hoje. E tudo isso na pandemia”, diz.