* Matéria atualizada às 11h do dia 23 de junho com nota da Uber informando que o motoqueiro não era cadastrado na plataforma
Um motociclista que seria piloto do serviço de transporte de passageiros por aplicativo, como Uber, 99 e inDrive Moto, morreu depois de colidir fortemente na traseira de um veículo estacionado em Paulista, na Região Metropolitana do Recife. O passageiro ficou ferido.
Nas imagens, é possível ver que o capacete do motoqueiro, identificado como Eloi Pires de Andrade Lima Júnior, 49 anos, se solta durante a colisão - provavelmente por estar desafivelado, prática que tem sido comum entre motoqueiros, inclusive de apps. E que a cabeça do condutor atravessa o vidro do porta-malas do veículo estacionado.
O passageiro é arremessado por cima do veículo e cai no chão. O capacete, entretanto, seguiu preso à cabeça. Enquanto o motociclista tem morte imediata sem nem cair da moto. Na verdade, recebeu o impacto do próprio corpo e do passageiro. Outra percepção é que, ou o motociclista não tinha a habilidade necessária para conduzir a motocicleta - outra falha que tem sido comum entre os pilotos que estão aderindo ao serviço de transporte por motos - ou houve algum problema mecânico sério na moto.
INABILIDADE PARA CONDUZIR MOTO OU PROBLEMA MECÂNICO?
Nas imagens, embora a rua esteja sem tráfego, o motoqueiro avança em velocidade contra o veículo estacionado, sem sequer tentar fazer um desvio de rota. A suspeita de problemas mecânicos na moto, levantada pela família do motoqueiro, é ainda mais preocupante, já que as plataformas não fazem qualquer exigência de idade mínima ou máxima para o cadastro do veículo - diferentemente dos carros, que têm idade máxima de oito e dez anos, conforme a cidade.
A probabilidade de algum problema mecânico, inclusive, é grande porque, segundo apurou a reportagem da TV Jornal, moradores ouviram os gritos desesperados do condutor, enquanto descia a ladeira desgovernado.
Confira a série de reportagens UBER MOTO: perigo sobre duas rodas
O sinistro de trânsito (não é mais acidente de trânsito que se define. Entenda) foi registrado pela câmera de segurança de uma clínica localizada na via da colisão, a Rua do Príncipe, localizada na Vila Torres Galvão.
Os irmãos do motociclista estavam arrasados e, em conversa com a TV Jornal, contaram que Eloi Pires trabalhava como motoqueiro de aplicativo e mototaxista porque estava desempregado, mas garantiram que sempre foi muito responsável.
Um helicóptero da Polícia Rodoviária Federal (PRF) chegou a descer na rodovia PE-15 para tentar realizar o resgate do motoqueiro, mas ele já estava morto. O passageiro arremessado foi socorrido por uma equipe do Samu e levado para o Hospital da Restauração, no Recife, com um quadro de traumatismo craniano leve. Encontrava-se estável e em observação.
MOTOQUEIRO NÃO ERA PARCEIRO DA UBER, GARANTE PLATAFORMA
A Uber informou, por nota, que o motoqueiro que morreu na colisão em Paulista não era parceiro da plataforma. “Pelo nome e idade informados na reportagem, o motociclista falecido não era cadastrado no aplicativo da Uber. Portanto, o caso não tem qualquer relação com UberMoto”.