PRF: Ministro da Justiça anuncia demissão de três policiais rodoviários acusados de morte em 'câmara de gás'
PRFs estão presos e aguardam julgamento em júri popular pelo crime de homicídio qualificado
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou ter demitido os três policiais rodoviários federais (PRFs) acusados da morte de Genivaldo de Jesus durante uma abordagem em Sergipe, em maio de 2022. O motoqueiro, parado numa blitz, foi morto numa espécie de 'câmara de gás' criada na mala da viatura oficial da PRF.
A decisão, entretanto, foi anunciada apenas pelo Twitter de Flávio Dino, conhecido por se posicionar e divulgar ações e decisões na rede social, sem mais detalhes sobre os procedimentos administrativos instaurados, já que estamos falando de servidores públicos federais. A postagem foi feita na noite desta segunda-feira (14/8).
Os PRFs são William Noia, Kleber Freitas e Paulo Rodolpho, integrantes da PRF em Sergipe. Os três estão presos, aguardando julgamento por júri popular. Estou assinando a demissão de três policiais rodoviários federais que, em 2022, causaram ilegalmente a morte do Sr. Genivaldo, em Sergipe, quando da execução de fiscalização de trânsito”, disse na publicação.
“Não queremos que policiais morram em confrontos ou ilegalmente matem pessoas. Estamos trabalhando com Estados, a sociedade civil e as corporações para apoiar os bons procedimentos e afastar aqueles que não cumprem a lei, melhorando a segurança de todos”, ressaltou o chefe da pasta.
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Segundo Dino, o Ministério determinou revisão da doutrina e dos manuais de procedimentos da Polícia Rodoviária Federal, para aprimoramento e eliminação de “eventuais falhas e lacunas”. Os agentes envolvidos na execução de Genivaldo devem ser julgados por júri popular.
ENTENDA A VIOLÊNCIA CONTRA O MOTOQUEIRO
Em maio de 2022, imagens veiculadas na internet mostraram a ação policial em que Genivaldo foi trancado em uma viatura esfumaçada na BR-101, no município de Umbaúba, no sul de Sergipe. O homem se debateu com as pernas para fora enquanto um policial rodoviário manteve a tampa do porta-malas abaixada, impedindo-o de sair ou respirar. Genilvado teria sido parado pelos agentes por trafegar de moto sem capacete. Segundo o Instituto Médico Legal (IML) do estado, a vítima morreu de insuficiência aguda secundária a asfixia.
Os três policiais envolvidos foram afastados das atividades e, depois, presos. Eles respondem por tortura e homicídio triplamente qualificado.
Um ano após a morte de Genivaldo, a Polícia Rodoviária Federal anunciou o Projeto Estratégico Bodycams, que prevê o uso de câmeras corporais nos uniformes dos agentes a partir de abril de 2024. Cerca de 6 mil agentes deverão utilizar os equipamentos, aproximadamente metade da força policial. Os testes práticos começam em novembro, no projeto coordenado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Com informações da Agência Brasil