TRANSPORTE PÚBLICO

ÔNIBUS INCENDIADOS: Rio de Janeiro tem dezenas ônibus incendiados em horas na Zona Oeste e BRT é interrompido

Ação teria sido iniciada após sobrinho de miliciano Zinho ser morto pela polícia; BRT é interrompido. Um trem também foi incendiado

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Roberta Soares

Publicado em 23/10/2023 às 17:30 | Atualizado em 24/10/2023 às 12:20
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A morte de um chefe da milícia carioca está provocando um caos na Zona Oeste do Rio de Janeiro na tarde desta segunda-feira (23/10). Pelo menos 35 ônibus - cinco deles seriam BRTs - foram queimados por ordem de criminosos da região. Um trem também foi incendiado.

Diversas ruas foram fechadas devido à queima de outros veículos e pneus. Segundo a mídia do Rio, às 16h50, o município entrou em estágio de mobilização, o segundo nível em uma escala de cinco e significa que há riscos de ocorrências de alto impacto na cidade.

MILÍCIA DOMINANDO TODA A REGIÃO

Os ataques seriam em represália à morte de um sobrinho do chefe da milícia da Comunidade Três Pontes, Luís Antônio da Silva Braga, conhecido como Zinho. Matheus da Silva Rezende, conhecido como Teteu e Faustão, era apontado como o número 2 na hierarquia da milícia comandada pelo tio, e foi morto durante uma troca de tiros com a Polícia Civil.

REPRODUÇÃO | TV BRASIL
Milicianos praticaram série de atentados ao transporte público - REPRODUÇÃO | TV BRASIL

A morte foi durante o confronto na comunidade Três Pontes, localizada no bairro de Santa Cruz. Os dois pertenceriam a uma organização criminosa conhecida como "Família Braga" ou "Bonde do Z".

A troca de tiros ocorreu durante uma operação da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e do Departamento Geral de Polícia Especializada (DGPE), de acordo com a Polícia Civil do Rio de Janeiro.

“Faustão” chegou a ser socorrido por policiais e levado para o Hospital Municipal Pedro II, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.

Em seguida, um ônibus foi atravessado e incendiado na Avenida Cesário de Mello, em Cosmo, paralisando as linhas do BRT que circulam no corredor Transoeste. Um segundo ônibus foi incendiado na Avenida Antares, em Santa Cruz, que acabou sendo fechada.

No mesmo tiroteio, um menino de 10 anos teria sido atingido de raspão, segundo familiares. Ele foi levado para a UPA de Paciência, e liberado após atendimento.

TRANSPORTE PÚBLICO PAGA A CONTA

Segundo a MobiRio, empresa pública que opera o sistema BRT, no corredor Transoeste estavam circulando, por volta das 16h, apenas as linhas 13 (Alvorada x Mato Alto - Expressso), 25 (Alvorada x Mato Alto - Parador) e 22 (Jd. Oceânico x Alvorada - Parador).

35 ÔNIBUS E TREM SÃO INCENDIADOS NO RIO DE JANEIRO; VEJA IMAGENS

O Centro de Operações Rio (COR-Rio) informou que o primeiro ônibus que pegou fogo estava na Rua Felipe Cardoso, na altura do BRT Cajueiros, em Santa Cruz.

REAÇÕES DO PODER PÚBLICO

O governador do Rio, Cláudio Castro, parabenizou os policiais por prenderem o sobrinho e braço direito do miliciano Zinho, em Santa Cruz. “Hoje demos um duro golpe na maior milícia da zona oeste. Além do parentesco com o criminoso, ele atuava como 'homem de guerra' do grupo paramilitar, sendo o principal responsável pelas guerras por territórios que aterrorizam moradores no Rio”, escreveu Castro, na rede social X, antigo Twitter.

O prefeito do Rio, Eduardo Paes, também se pronunciou sobre os ônibus queimados na rede social X. “Quando o sujeito além de bandido é burro. Milicianos na zona oeste queimam ônibus públicos pagos com dinheiro do povo para protestar contra operação policial. Quem paga é o povo trabalhador. E para piorar, tivemos que interromper serviços de transporte na zona oeste para que não queimem mais ônibus. Ou seja, únicos prejudicados: moradores das áreas que eles dizem proteger! Essa gente precisa de uma resposta muito firme das forças policiais! Como prefeito, apelo ao Governo do Estado e ao Ministério da Justiça para que atuem para impedir que fatos assim se repitam”, disse Paes.

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