ÔNIBUS INCENDIADOS: incêndio de ÔNIBUS no Rio de Janeiro gerou prejuízo de até R$ 38 milhões e é o maior da história
Rio teve o dia com mais ônibus incendiados da história, segundo o Rio Ônibus
O incêndio de 35 ônibus - cinco deles BRTs do Corredor Transoeste - e um trem da Supervia (sistema metropolitano de transporte sobre trilhos), realizado pela milícia carioca nesta segunda-feira (23/10), no Rio de Janeiro, foi o pior ataque criminoso da história do transporte público. E gerou um custo de R$ 38 milhões, prejudicando 2,5 milhões de passageiros apenas na Zona Oeste da cidade.
A definição foi feita pelo setor de transporte por ônibus, que ainda fez críticas à demora de reação do Estado. "O setor de transporte por ônibus sofreu o pior ataque criminoso da história. Ao todo, 35 ônibus foram incendiados, sendo 20 da operação municipal, evidenciando a inação do Estado diante desses episódios de violência extrema, em que o direito de ir e vir do cidadão é esquecido”, afirmou o Rio Ônibus, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Rio.
“O Rio Ônibus, mais uma vez, repudia com veemência o ocorrido e apela às autoridades públicas para que tomem uma providência com urgência. É preciso dar um basta". Os ataques são em represália à morte do sobrinho do chefe da milícia Zinho, na comunidade Três Pontes. Matheus da Silva Rezende, conhecido como Teteu e Faustão, era apontado como o número 2 na hierarquia da milícia comandada pelo tio, e foi morto durante uma troca de tiros com a Polícia Civil.
RECORDE DE ÔNIBUS INCENDIADOS
Em 2023, até a segunda (23), quatro ônibus tinham sido queimados no Rio de Janeiro. Entre os ônibus queimados, estão 20 coletivos do município, 5 BRTs e outros veículos fretados. Em todo o Estado do Rio de Janeiro, já são 57 ônibus destruídos este ano.
A Federação das Empresas de Mobilidade do Estado do Rio de Janeiro (Semove) também se posicionou sobre a violência contra o transporte público. Afirmou que o prejuízo com tanta violência pode chegar a R$ 38 milhões e pediu ajuda da população para denunciar os incendiários.
Confira a nota:
“A Semove estima em mais de 2,5 milhões de passageiros que vão deixar de ser transportados por conta dos ataques criminosos ao sistema de transporte por ônibus, nesta segunda-feira, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. O número leva em consideração o tempo mínimo necessário para a reposição dos veículos incendiados, prevista para seis meses. Pelo menos 35 coletivos de serviços municipais, intermunicipais e fretamento foram incendiados, impactando diretamente a população. Já são 57 ônibus destruídos este ano, sendo 40 na cidade do Rio de Janeiro.
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A inexistência de seguro para este tipo de crime dificulta a reposição dos coletivos destruídos, prejudicando quem depende do transporte coletivo. O custo de substituição dos veículos incendiados nesta segunda-feira pode chegar a R$ 38 milhões.
35 ÔNIBUS E TREM SÃO INCENDIADOS NO RIO DE JANEIRO; VEJA IMAGENS
Por fim, a Semove pede a colaboração da população para que informações sobre este e outros crimes cometidos contra o sistema de transporte público coletivo sejam levadas, por meio do Disque Denúncia, diretamente às forças de segurança para as devidas providências. O anonimato é garantido, inclusive nas mensagens de Whatsapp. O número é (21) 2253-1177”.
MAIS REPERCUSSÃO SOBRE A VIOLÊNCIA CONTRA O TRANSPORTE PÚBLICO
A Associação Nacional das Empresas de Transporte Urbano (NTU) também divulgou nota de repúdio pelos incêndios no Rio, definidos pela entidade - que reúne nacionalmente os operadores de ônibus urbanos - como um ato de terrorismo.
“A NTU repudia com veemência os atentados, com características de terrorismo, registrados contra o sistema de transporte público do Rio de Janeiro esta semana.
Para a NTU, a onda de violência, que resultou em 35 ônibus incendiados e em um prejuízo estimado em R$ 30 milhões, é inaceitável. Medidas urgentes precisam ser adotadas para conter o avanço da criminalidade na capital carioca – que soma 42 coletivos destruídos somente este ano –, evitar que tais cenas bárbaras se repitam e para que todos os envolvidos sejam punidos, conforme previsto na legislação brasileira.
A NTU reforça que a destruição dos veículos é um crime contra o direito de ir e vir do cidadão e deve ser combatido com seriedade, para garantir que a sociedade brasileira tenha acesso a um serviço público seguro e de qualidade, como previsto na Constituição Federal”.