GREVE METRÔ E TRENS: nova greve do metrô e trens de São Paulo é acertada em protesto contra a privatização
Será a quarta paralisação dos trabalhadores em 2023, a terceira em dois meses
Os funcionários do Metrô de São Paulo (Companhia do Metropolitano de São Paulo) e dos trens metropolitanos (Companhia Paulista dos Trens Metropolitanos - CPTM) aprovaram uma greve para a terça-feira ( 28/11). E, mais uma vez, a manifestação acontece contra a decisão do governo de São Paulo de ampliar o processo de concessão pública dos sistemas de transporte sobre trilhos.
Assim, a greve vai provocar a paralisação das linhas 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 15-Prata do metrô, e as linhas 7-Rubi, 10-Turquesa, 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade, da CPTM. Será a quarta paralisação dos trabalhadores em 2023, a terceira em dois meses.
Os ferroviários já tinham definido a interrupção das atividades na noite da quarta-feira (22), enquanto a decisão dos metroviários foi anunciada na noite da quinta-feira (23), pelo sindicato da categoria.
O argumento das categorias é de que são contra privatizações, terceirizações, demissões e supostos cortes de verba pelo governo estadual. Será a quarta paralisação dos trabalhadores em 2023, a terceira em dois meses.
PLANOS DE PRIVATIZAÇÃO
Em outubro, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) reafirmou a intenção de privatizar as linhas remanescentes da CPTM e as linhas do metrô geridas diretamente pelo Estado. E a previsão era de que o processo seria concluído até 2025, quando o mandato termina.
São Paulo já tem diversos sistemas concedidos à iniciativa privada. Duas linhas do metrô já nasceram privatizadas - a 4-Amarela e a 5-Lilás. E duas linhas da CPTM 8-Diamante e 9-Esmeralda estão sob concessão. Também há duas linhas, ainda em obras, que terão gestão privada: a 6-Laranja e a 17-Ouro (monotrilho do Aeroporto de Congonhas). Procurados, o Palácio dos Bandeirantes, o Metrô, a CPTM e a Sabesp ainda não se pronunciaram.
PARALISAÇÕES SE REPETEM
Os funcionários do Metrô já cruzaram os braços três vezes este ano - uma em março, por reivindicações trabalhistas, e duas em outubro (uma delas sem aviso prévio), contra o plano de privatizações do Estado. Ao longo de 2023, também houve duas ameaças de interromper as atividades.
Na última paralisação de metroviários e funcionários da CPTM, em outubro, a Justiça do Trabalho determinou 100% de operação nos horários de pico, mas as categorias descumpriram a decisão.
ESTADO ESTUDA NOVAS CONCESSÕES
Segundo informações do Estadão, a Secretaria de Parcerias em Investimentos (SPI) contratou estudos para analisar a viabilidade de concessão das linhas 10-Turquesa, 11-Coral, 12-Safira, 13-Jade e futura 14-Ônix da CPTM, que serão agrupadas em dois lotes: primeiro lote reúne as linhas 11, 12 e 13, e o segundo, as linhas 10 e 14.
"O investimento previsto é de R$ 11 bilhões e deve beneficiar 2,1 milhões de passageiros por dia. A estruturação dessas concessões está em andamento e as primeiras audiências públicas devem ser realizadas no primeiro semestre de 2024", afirmou a secretaria ao Estadão..
Também foram contratados estudos para avaliar a viabilidade de implementação das Linhas 19-Celeste e 20-Rosa do metrô, por meio de parceria público-privada (PPP). "As novas linhas têm investimentos estimados em R$ 25 bilhões. Com a ampliação, a previsão é que até 5 milhões de passageiros utilizem o sistema que atenderá as regiões de Guarulhos e do ABC Paulista", acrescentou a SPI.