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TRÂNSITO: Vítimas de sinistro com moto representam 76% dos atendimentos no maior hospital do interior de PE

Hospital Regional do Agreste (HRA) atendeu 3.852 vítimas de motocicletas em 2023

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Katarina Moraes

Publicado em 10/01/2024 às 11:43 | Atualizado em 10/01/2024 às 11:50
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O Hospital Regional do Agreste (HRA), localizado em Caruaru, no Agreste de Pernambuco, recebeu 3.095 pacientes que ficaram feridos após colisões ou quedas de motocicletas em 2023. O número representa 75,7% do total de atendimentos envolvendo sinistros de trânsito — 3.852 — na unidade de saúde.

Em segundo lugar, estão vítimas com automóveis, cujo total de atendimentos ao longo do último ano foi de 9%. Em seguida, com bicicleta, representando 7,2%, com 177 pessoas registradas. Os dados são do Sistema de Informação sobre Acidentes de Transporte Terrestre (Sinatt).

O balanço, enviado nesta quarta-feira (10) pelo HRA, mostra um aumento de 8,1% em relação ao número de pacientes atendidos por sinistros com moto em 2022 — ao todo, 2844. Isso acende um alerta sobre os cuidados que devem ser tomados no trânsito, mas principalmente ao conduzir veículos de duas rodas.

 

“Nós vemos com preocupação a discrepância do número entre vítimas de motocicletas e os demais meios de locomoção, isso porque esse tipo de vítima, por estar menos protegida, demanda mais cuidado, mais tempo de recuperação e de afastamento do trabalho e, muitas vezes, fica com sequelas irreversíveis”, analisou a diretora-geral do HRA, Guacyra Pires.

Prova disso é que 78,6% das vítimas por motocicleta internadas no hospital tiveram sequelas em membros superiores e inferiores, que foram afetados a ponto de impedi-las de trabalharem por longos períodos de tempo.

Os dados mostraram também que homens jovens também foram os mais afetados pelos sinistros em motos entre os atendidos no hospital — 81,6% dos pacientes eram homens que, em 54,5% das situações, tinham idade entre 20 e 39 anos. Em 49,5% dos casos, as vítimas sofreram queda e 48,5% dos acidentes ocorreram aos sábados e domingos.

O diretor médico do HRA, Frank Lima, chamou atenção para a necessidade de uma maior conscientização pública, já que colisões do tipo envolvem não só os condutores, mas também outras pessoas. “A gente vê que, em alguns casos, os sinistros acontecem por falta de cuidado ou realmente de forma acidental, mas a maioria é por imprudência, ao não respeitar as leis de trânsito”, afirmou.

AUMENTO TAMBÉM NO SAMU RECIFE

O mesmo fenômeno foi observado também no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) Metropolitano Recife, que teve um aumento expressivo no número de atendimentos de vítimas de motos no Recife.

Segundo o SAMU Recife, nos sete primeiros meses de 2023 foram registrados 706 atendimentos de vítimas de quedas e colisões com motocicletas a mais na capital do que no mesmo período de 2022.

Thiago Lucas/ Design SJCC
SAMU METROPOLITANO RECIFE - Thiago Lucas/ Design SJCC

PROBLEMA NACIONAL

Segundo a Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), com dados do Ministério da Saúde, entre março de 2020 e julho de 2021 o SUS registrou 308 mil internações de pessoas em decorrência de sinistros de trânsito no Brasil.

Só em 2020, o gasto público com internações de motociclistas chegou a 171 milhões de reais em todo o país. A tendência ainda é que o número cresça, visto que, em 2020, o Brasil passava pela pandemia da covid-19.

Dentre os fatores relacionados aos acidentes, a falta de habilitação (62,5%) e de equipamentos de segurança – como capacete (21,85%), o excesso de velocidade (10,6%) e o aumento da frota de motocicletas estão entre as causas de acidentes que, segundo o Ministério da Saúde, matam cerca de 11 mil motociclistas no Brasil anualmente.

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