Rodovias que Perdoam: estradas seguras reduzem custo da saúde pública e da Previdência Social, alerta Instituto Zero Mortes

O conceito de Rodovias que Perdoam, ainda pouco adotado no Brasil, é importantíssimo para reduzir as mortes nas estradas brasileiras

Publicado em 04/08/2024 às 9:00

Ao salvar vidas ou minimizar a gravidade das lesões de motoristas e passageiros, as estradas que adotam o conceito de Rodovias que Perdoam colaboram diretamente para reduzir os custos da saúde pública e, também, da Previdência Social no Brasil. Isso porque, segundo o estudo Impactos Socioeconômicos dos Acidentes de Transporte no Brasil, realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), numa parceria com a Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal) da ONU, cada morte no trânsito custa R$2.95 milhões ao contribuinte brasileiro.

Quem faz o alerta é o presidente do Instituto Zero Mortes, Paulo Pêgas. “O conceito de Rodovias que Perdoam é importantíssimo para reduzir as mortes nas estradas brasileiras. É fundamental que as concessões rodoviárias tenham a exigência - como já vem acontecendo -, prevendo bonificações, por exemplo, mas também que haja o investimento do setor público visando a economia com o custo da saúde e da previdência social”, diz.

Paulo Pêgas, entretanto, pontua que o poder público precisa ser convencido da necessidade de fazer os investimentos. “Como vai ser possível reduzir o gasto do governo?. Essa é a grande questão que os gestores fazem. Com a redução das internações hospitalares, que hoje são entre 60% e 70% de vítimas do trânsito. São unidades preparadas para atender outros pacientes, não os do trânsito. Essas vítimas prejudicam as cirurgias eletivas, por exemplo. Então, ao investir em dispositivos de segurança viária, o poder público beneficia a sociedade”, afirma.

IMPACTO NA PREVIDÊNCIA SOCIAL BRASILEIRA

PRF/Divulgação
Rodovias que perdoam: a tecnologia para reduzir mortes e ferimentos nas estradas. Cada morte no trânsito custa R$2.95 milhões ao contribuinte brasileiro - PRF/Divulgação
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Com dispositivos variados, o conceito minimiza o impacto dos erros de condutores ao volante. Dão uma segunda chance a motoristas, motociclistas e passageiros - PRF/Divulgação
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Rodovias que perdoam: a tecnologia para reduzir mortes e ferimentos nas estradas. Cada morte no trânsito custa R$2.95 milhões ao contribuinte brasileiro - PRF/Divulgação

E segue fazendo o mesmo comparativo em relação à Previdência Social. “O trânsito brasileiro mata, por baixo, 30 mil pessoas por ano, a um custo de R$ 3 milhões cada vida. Ou seja, numa conta rápida, seriam R$ 90 bilhões de despesas públicas com mortes evitáveis. É o valor que supera o déficit primário do País, atualmente de R$ 85 bilhões. Ou seja, se o Brasil cuidar do trânsito, pode não zerar essa conta, mas vai ajudar muito”, alerta.

 

Thiago Lucas/ Design SJCC
Rodovias que Perdoam - Thiago Lucas/ Design SJCC
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Rodovias que Perdoam - Thiago Lucas/ Design SJCC
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Rodovias que Perdoam - Thiago Lucas/ Design SJCC

O especialista ainda alerta para o fato de que os dados de óbitos e mutilações no trânsito são subnotificados e o número de vítimas é ainda maior no País. “Sabemos que o paciente entra na unidade médica vítima de uma colisão ou atropelamento, mas, no decorrer do tratamento, tem a causa do óbito alterada porque é mais fácil para os médicos fazerem o registro. Afinal, existem mais de cem códigos CID (Classificação Internacional de Doenças) para sinistros de trânsito. Assim, é mais prático informar uma falência múltipla dos órgãos ou uma parada cardiorespiratória. Se colocar fraturas múltiplas, por exemplo, o médico terá que anexar laudos e imagens. O que acontece é que a causa do óbito muitas vezes fica sem vinculação com a razão da internação do paciente”, ensina.

POLÍTICA PÚBLICA DE ESTADO E, NÃO, DE GOVERNO

Divulgação/Arteris
As áreas de escape, por exemplo, são alguns dos dispositivos que puxam as estatísticas positivas para cima. Elas, de fato, salvam vidas de caminhoneiros, motoristas em geral e passageiros do transporte rodoviário - Divulgação/Arteris
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Rodovias que perdoam: conheça o conceito que salva vidas e perdoa o erro humano nas estradas - Divulgação/Arteris
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Rodovias que perdoam: conheça o conceito que salva vidas e perdoa o erro humano nas estradas - Divulgação/Arteris
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Rodovias que perdoam: conheça o conceito que salva vidas e perdoa o erro humano nas estradas - Divulgação/Arteris

O Instituto Zero Mortes defende que o País precisa construir uma solução de Estado, que leve dez, 15 anos para ser implementada, e que não dependa de gestões. “Precisamos de uma solução de Estado, que não seja de prefeito, presidente, governador ou presidente. Basta identificar os pontos críticos, a partir das estatísticas existentes - como as da Polícia Rodoviária Federal, por exemplo - e implantar as soluções de segurança nos pontos críticos de acordo com o tipo e a frequência das ocorrências”, ensina. “E, ao mesmo tempo, prever bonificações para as concessionárias que salvam vidas em suas rodovias, por exemplo”, acrescenta.

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