Alternativa encontrada pelo governo para continuar com auxílio foi aumentar endividamento sem redução de despesas
Leia a opinião de Romoaldo de Souza
O Congresso Nacional arregaçou as mangas e no Senado foi aprovada, nesta quarta-feira, a chamada PEC Emergencial. É uma proposta que altera a Constituição Federal que dá condições para que o governo destine recursos para pagamento do auxilio emergencial.
O valor e a data de quando as parcelas serão pagas ainda não estão definidos, mas a expectativa é de que sejam quatro parcelas que vão variar de R$ 150 reais a R$ 370 dependendo da composição familiar. O governo quer beneficiar 45 milhões de pessoas.
Com receio de que ocorra com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) o que se passou com Dilma Rousseff (PT), quando em agosto de 2016 sofreu “impeachment” no processo em que foi acusada de cometer pedaladas fiscais [maquiagem nas contas públicas], o governo federal quer ter a benesse de flexibilizar regras fiscais, mesmo que as despesas com o benefício, que devem ficar em torno de R$ 44 bilhões de reais, ultrapassem o valor máximo de gastos no Orçamento deste ano.
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Por outro lado, caso o governo federal atinja 95% das despesas totais que estão no Orçamento, ficará proibido de conceder reajustes aos servidores, contratar novos funcionários, criar bônus para a categoria.
Caso a situação de emergência se arraste, o governo federal terá de encaminhar ao Congresso Nacional um plano de redução de incentivos e benefícios fiscais, de natureza tributária, concedidos à iniciativa privada.
Quem tem precatórios a receber vai ter de esperar mais cinco anos. Precatórios são dívidas - decididas pela Justiça - que o poder público tem com os cidadãos
Ou seja, com a economia em queda, a popularidade e o prestígio do presidente da República despencando, a alternativa encontrada para continuar fazendo o pagamento do auxílio emergencial foi aumentar o endividamento, mas sem promover redução de despesas. Vai acabar sobrando para o bolso do contribuinte.
Pense nisso!