Romoaldo de Souza

Mesmo TSE que deu cartão vermelho para Francischini tirou apenas o amarelo e advertiu a chapa Bolsonaro-Mourão

Pesava contra a chapa denúncia de abuso de poder político e econômico por ter patrocinado o envio em massa de mensagens durante a campanha eleitoral de 2018.

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Romoaldo de Souza

Publicado em 29/10/2021 às 7:22
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É mais fácil o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cassar o mandato de um deputado que recebeu milhares de votos do que um órgão público afastar um dos seus servidores. É que ontem, o TSE cassou o deputado estadual do Paraná, Fernando Francischini (PSL), por divulgar notícias falsas sobre as urnas eletrônicas, mas o ex-deputado vai voltar para a Polícia Federal, onde é delegado, sem que seja aberta uma sindicância sequer contra ele.

“Lamento demais essa decisão que afeta mandatos conquistados pela vontade do eleitor. Agora, reassumo meu cargo de delegado na Polícia Federal, mas não vou desistir. Nós vamos recorrer e reverter essa decisão”, disse o deputado cassado.

O crime de Fernando Francischini foi dizer, nas redes sociais, que as urnas eletrônicas tinham sido adulteradas para impedir a eleição do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), ainda no primeiro turno das eleições de 2018.

Acontece que o mesmo Tribunal Superior Eleitoral que deu cartão vermelho para Fernando Francischini, tirou apenas o amarelo e advertiu a chapa formada por Bolsonaro-Mourão.

“Nós já sabemos como são os mecanismos, quais são as provas que devem ser obtidas e como. E não vamos admitir que essas milícias digitais tentem novamente desestabilizar as eleições, as instituições democráticas, a partir de financiamentos espúrios, não declarados, a partir de interesses econômicos também não declarados e que estão sendo investigados. Porque aqueles que auxiliaram depois tiveram uma contrapartida", disse o ministro Alexandre de Moraes, que no ano que vem vai estar no comando das eleições, como presidente do TSE.

Pesava contra a chapa denúncia de abuso de poder políticos e econômico por ter patrocinado o envio em massa de mensagens durante a campanha eleitoral de 2018.

Já o atual presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, reconheceu que houve o disparo de mensagens em massa, mas o processo não apresentou as provas necessárias para que houvesse a condenação.

"Todo mundo sabe o que aconteceu e quem tem dúvida de que as mídias sociais foram inundadas com ódio, com desinformação, com calúnias, teorias conspiratórias, basta ter olhos de ver. Ainda que o uso de disparos seja notório, exige-se que a prova efetivamente comprove a compra de pacotes e a existência dessa estrutura piramidal de comportamentos mafiosos para distribuição de conteúdos falsos", declarou o ministro Barroso.

O processo foi arquivado.

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