Movimentos sociais no Brasil padecem de apatia há um bom tempo. É preciso uma sacudida
No início desta semana, a imprensa noticiou a morte de uma adolescente Yanomami estuprada por um grupo de garimpeiros. Quase ninguém se lembrou de pedir Justiça, de exigir o rigor contra os invasores à comunidade Aracaçá
Os movimentos sociais no Brasil padecem, já faz um bom tempo, de uma apatia que tem levado à inanição as principais causas populares, como a reforma agrária, a luta pela moradia e o movimento de meninos de rua.
Estudiosos indicam que, com a chegada ao poder de um partido político que apoiava esses movimentos, essas causas populares acabaram engolidas. É uma tese.
A outra, da mesma forma que ainda carece de um aprofundado estudo, é que alguns desses movimentos sociais passaram a ser mais seletivos e muito mais midiáticos, o que significa dizer que preferem causas com maior número de repercussão nas redes sociais.
Eu vou pegar um exemplo do que aconteceu em Brasília, 25 anos atrás. Quatro jovens de classe média atearam fogo no índio Galdinho Jesus dos Santos. O cacique Pataxó morreu queimado e o país todo se mobilizou em defesa da demarcação das terras no sul da Bahia. Houve protestos, muita mobilização popular, até que a justiça foi feita e os jovens presos e levados a julgamento.
No início desta semana, a imprensa noticiou a morte de uma adolescente Yanomami estuprada por um grupo de garimpeiros. Pouco se falou do assunto. Quase ninguém se lembrou de pedir Justiça, de exigir o rigor contra os invasores à comunidade Aracaçá. Alguma sacudida precisa ser dada nos movimentos sociais, importantes nos dias atuais. Que eles não se omitam.
Pense nisso!