Justiça

Caso Miguel: após 3 meses, audiência para julgamento ainda não tem data

TJPE concedeu mais dez dias para advogados de Sarí Corte Real apresentarem a defesa da ré. Artistas fazem campanha por Justiça

Raphael Guerra
Cadastrado por
Raphael Guerra
Publicado em 02/09/2020 às 12:06 | Atualizado em 02/09/2020 às 12:16
DAY SANTOS/JC IIMAGEM
MOBILIZAÇÃO A mãe do menino, Mirtes Renata, e representantes de entidades pedirão justiça em frente à 1ª Vara - FOTO: DAY SANTOS/JC IIMAGEM

A morte de Miguel Otávio Santana da Silva, de 5 anos, que caiu de um prédio de luxo no Recife, completou três meses. Mas a Justiça ainda não definiu a data da audiência de instrução e julgamento do caso. Isso porque os advogados da ré, Sarí Corte Real, que responde por abandono de incapaz com resultado morte, pediram mais dez dias para apresentarem a defesa dela. O juiz responsável pelo processo concedeu o novo prazo.

Só após a entrega dessa documentação, o magistrado da 1ª Vara de Crimes contra a Criança e o Adolescente da Capital vai analisar os argumentos e definir a data da audiência, quando serão ouvidas testemunhas de defesa e acusação, além da ré. Devido ao volume de processos na Vara é possível que a audiência de julgamento só ocorra no ano que vem. 

Pedido por Justiça

Nesta quarta-feira (2), artistas, militantes, ativistas, advogados e familiares de Miguel se unem em uma campanha para amplificar a voz de Mirtes Renata Souza, mãe do menino. Entre as integrantes da campanha estão Lia de Itamaracá, Erika Januza, Mariana Ximenes e Angélica. Elas participam de um vídeo usando blusas com frases ditas por Mirtes.

O vídeo da campanha será disponibilizado nas redes sociais e foi realizado conjuntamente pela Articulação Negra de Pernambuco, Mana Bernardes e a família de Miguel, em parceria com o Gabinete Assessoria Jurídica Organizações Populares (Gajop), o Coletivo Negritude do Audiovisual em Pernambuco e outros movimentos sociais.

Relembre o caso

Segundo a denúncia do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), na tarde de 02 de junho, Sarí Corte Real, agindo dolosamente, teria abandonado Miguel, que estava sob sua vigilância naquele momento, nas dependências do Edifício Píer Maurício de Nassau, situado na Rua Cais de Santa Rita, bairro de São José, ocasionando tal atitude o evento morte do menor.

A perícia realizada pelo Instituto de Criminalística no edifício constatou que Sarí apertou o botão da cobertura, antes de deixar a criança sozinha no elevador. Ao sair do equipamento, o menino passa por uma porta corta-fogo, que dá acesso a um corredor. No local, ele escala uma janela de 1,20 m de altura e chega a uma área onde ficam os condensadores de ar. É desse local que Miguel cai, de uma altura de 35 metros.

Sarí Corte Real é ex-patroa da mãe de Miguel e esposa do prefeito de Tamandaré, Sérgio hacker (PSB). Mesmo com a denúncia, ela continuará respondendo ao processo em liberdade.

 

Comentários

Últimas notícias