Justiça

Ex-marido de dentista assassinada em Paulista, no Grande Recife, vira réu

O comerciante Lívio Quirino de Oliveira Neto responde por feminicídio. Ele está preso preventivamente no Cotel

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Raphael Guerra

Publicado em 16/03/2021 às 16:43 | Atualizado em 16/03/2021 às 21:13
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O comerciante Lívio Quirino de Oliveira Neto, ex-marido da dentista Emelly Nayane da Silva, de 24 anos, virou réu pelo crime de feminicídio. A Justiça aceitou denúncia do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), que apontou Lívio como o responsável pelo assassinato brutal da ex-mulher, em Paulista, no Grande Recife, em 22 de fevereiro deste ano. A coluna Ronda JC teve acesso à decisão. 

"Emergem dos autos prova da materialidade do crime, ou seja, da existência de uma morte violenta caracterizadora de um homicídio consumado; bem como indícios de autoria que até o presente momento convergem para a pessoa do denunciado Lívio Quirino Neto, indícios esses que serviram de justa causa para o recebimento da denúncia", citou a juíza da 1ª Vara Criminal de Paulista, Danielle Christine Silva Melo Burichel, na decisão.

O laudo do Instituto de Medicina Legal (IML) apontou que Emelly morreu vítima de asfixia por esganadura. Havia lesões no pescoço dela. Antes de ser socorrida e levada para um hospital, ela estava na residência do ex-marido, onde houve uma discussão e indícios de luta corporal. Eles foram casados por quatro anos e tinham um filho.

Dias após o crime, que inicialmente foi tratado como uma morte a esclarecer, o suspeito se apresentou à polícia e acabou preso preventivamente. Agora, com a denúncia aceita, a Justiça manteve a preventiva. O comerciante permanecerá no Centro de Observação e Triagem (Cotel), em Abreu e Lima.

"De outra parte, observa-se pelo que já consta dos autos, que o denunciado teria, além da agressividade, comportamento dissimulado e desprovido de criticidade diante de uma situação de tamanha gravidade. Aliás, a ausência de criticidade pode ser observada em razão de, logo após supostamente haver ceifado a vida de sua ex-esposa e mãe de seu filho de apenas 2 anos, o denunciado ter tido o pensamento de tentar se eximir de qualquer responsabilidade ao supostamente haver modificado a cena do crime, haver dissimulado uma causa mortis totalmente diferente do que constatou a perícia e, como se não bastasse, ter abandonado sua residência e tomado rumo ignorado logo de início", detalhou a magistrada.

O suspeito terá dez dias para apresentar a defesa sobre o caso. Depois disso, a Justiça vai analisar e marcar a audiência de instrução e julgamento, quando testemunhas de acusação e defesa serão ouvidas - além do réu.

FEMINICÍDIOS

Em fevereiro, dez mulheres foram vítimas de feminicídio em Pernambuco, segundo a Secretaria de Defesa Social (SDS). No mesmo período do ano passado, foram 6 casos. O aumento é de 66%. 

 

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