Após especulações, Polícia Federal confirma troca no comando da corporação em Pernambuco
Com a mudança, a delegada Carla Patrícia Cunha deixa a Superintendência Regional da PF no Estado
A Polícia Federal (PF) confirmou a troca no comando da corporação em Pernambuco. Com a mudança, a delegada Carla Patrícia Cunha deixa a Superintendência Regional da PF no Estado. No cargo desde dezembro de 2019, ela foi a primeira mulher a ocupar o posto. Em seu lugar, assume o delegado Daniel Grangeiro de Souza, antes lotado em Alagoas. O anúncio da substituição foi feito na noite dessa quinta-feira (13).
Daniel Grangeiro foi titular da Delegacia de Repressão a Crimes Contra o Patrimônio e ao Tráfico de Armas em Alagoas, onde também atuou no setor de inteligência. Entre as investigações de destaque, Grangeiro comandou o inquérito relacionado ao deputado federal Marx Beltrão, ex-ministro do Turismo do governo Temer e também apadrinhado pelo senador Renan Calheiros. Beltrão, no entanto, acabou absolvido pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Grangeiro também comandou investigações na Assembleia Legislativa de Alagoas.
- Após crítica a Bolsonaro, Ciro Gomes vira alvo da Polícia Federal
- Novo ministro da Justiça escolhe delegado Paulo Maiurino para o comando da Polícia Federal
- Polícia Federal encaminha ao STF notícia-crime contra o ministro Ricardo Salles
- Polícia Federal apura uso de R$ 2,2 bilhões do SUS em 23 Estados
- Polícia Federal prende suspeitos de fraudes no auxílio emergencial em Pernambuco
- Polícia Federal conclui inquérito sobre compra de respiradores no Recife sem certificação da Anvisa
- Polícia Federal intima líder indígena Sonia Guajajara por críticas ao governo Bolsonaro
Também foram anunciadas alterações no Distrito Federal e nos estados de Minas Gerais, Ceará, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Sergipe, Amapá e Alagoas. Para esses lugares, foram indicados Hugo de Barros Correia (DF), Marcelo Sálvio Rezende Vieira (MG), Caio Rodrigo Pellim (CE), Chang Fan (MS), Luiz Carlos Nóbrega Nelson (RN), Aldronei Antonio Pacheco Rodrigues (RS), Júner Caldeira Barbosa (SE), Anderson de Andrade Bichara (AP) e Sandro Luiz do Valle Pereira (AL).
Especulações
A saída de Carla Patrícia já era especulada desde o começo da semana. Nas sedes da PF em Pernambuco e no Distrito Federal, o burburinho ecoava pelos corredores após o site O Antagonista informar que o diretor-geral da PF, Paulo Maiurino, havia decidido substituir os titulares de seis superintendências - Pernambuco, Paraíba, Alagoas, Sergipe, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul.
Com os rumores correndo o Estado e com a informação de que a delegada já havia sido comunicada da mudança, na terça-feira (11), a assessoria da Polícia Federal local se apressou em, oficialmente, negar a mudança, que acabou se concretizando nessa quinta.
Antes de assumir a superintendência da PF, Carla Patrícia foi corregedora geral da Secretaria de Defesa Social (SDS). Em março de 2020, quando estava deixando o governo federal, o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sérgio Moro declarou que o presidente Jair Bolsonaro estaria fazendo críticas a Carla Patrícia e que ela poderia ser substituída. Moro, no entanto, não esclareceu o porquê das supostas críticas feitas pelo chefe do Poder Executivo federal.
Gestão em 2020
No ano passado, a Polícia Federal em Pernambuco conseguiu bons resultados. Entre todas as unidades do País, foi a que mais realizou operações de combate à corrupção.
Ao longo de 2020, prefeituras - entre elas a do Recife - foram alvo de operações que investigaram supostos desvios de recursos públicos que deveriam ser usados no combate à covid-19. Milhões de reais teriam saído dos cofres públicos para as contas bancárias de gestores públicos e empresários. Alguns desses inquéritos continuam em andamento e podem ter desdobramentos, a depender das provas colhidas pelos investigadores.
Em 2020, a PF em Pernambuco também conseguiu recorde de apreensão de cocaína. Ao todo, 1.152 kg da droga.