JULGAMENTO FLORDELIS: testemunha diz que Flordelis tentou envenenar o marido, Anderson do Carmo, várias vezes; veja detalhes
O delegado Alan Duarte, que 24 de janeiro de 2020 assumiu a investigação do assassinato do pastor Anderson do Carmo, foi ouvido no primeiro dia do julgamento de Flordelis
Com Estadão Conteúdo
Um delegado ouvido como testemunha no julgamento de Flordelis, pastora e ex-deputada acusada de mandar matar o marido, disse que a evangélica tentou envenenar o companheiro, o pastor Anderson do Carmo, várias vezes.
O julgamento de Flordelis, que começou nessa segunda-feira (7), está previsto para ser encerrado na quinta-feira (10).
Flordelis é acusada de ser a mandante do assassinato do pastor Anderson do Carmo, seu ex-marido, em junho de 2019. Anderson foi encontrado morto na garagem da casa da família, em Niterói-RJ, com cerca de 30 perfurações de bala.
O delegado Alan Duarte foi quem concluiu o inquérito e imputou a Flordelis a acusação de homicídio. Em seu depoimento perante o Tribunal do Júri no Fórum de Niterói, na Região Metropolitana do Rio, Duarte narrou sua parte na investigação e afirmou estar certo de que a pastora foi responsável pelo crime.
Segundo Duarte, Flordelis tentou envenenar o marido em pelo menos seis ocasiões. O delegado elencou ainda mensagens trocadas por ela com os filhos tratando do planejamento da morte do pastor.
Alan ainda disse que, durante as investigações, a ex-parlamentar se contradisse quando foi questionada sobre onde teria ido horas antes do crime acontecer, na noite de 15 de junho de 2019. Anderson do Carmo foi morto na madrugada de 16 de junho.
"Primeiro ela afirmou que tinha ido ao Rio para comer petiscos, depois afirmou que foi namorar na praia, disse que foi a Copacabana, mas não há nenhum registro da passagem do carro em que ela estava por esse bairro", disse Alan.
Uma outra contradição teria ocorrido, segundo o delegado, quanto ao celular do pastor, que a princípio teria sido roubado pelos criminosos que o mataram (inicialmente foi alegado latrocínio). Mas o celular teria sido usado, depois do crime, pela própria pastora.
MAIS INFORMAÇÕES SOBRE O JULGAMENTO DE FLORDELIS
Flordelis responde pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio, uso de documento falso e associação criminosa armada.
Além dela, mais quatro pessoas também estão sendo julgadas com as seguintes acusações:
- Marzy Teixeira da Silva, filha adotiva de Flordelis - homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio e associação criminosa armada;
- Simone dos Santos Rodrigues, filha biológica de Flordelis - homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio e associação criminosa armada;
- Rayane dos Santos Oliveira, filha de Simone e neta de Flordelis - acusada de homicídio triplamente qualificado e associação criminosa armada;
- André Luiz de Oliveira, filho adotivo de Flordelis - acusado de uso de documento falso e associação criminosa armada.
Até o fim do julgamento, é esperado que mais de 30 pessoas sejam ouvidas, entre acusação e defesa, além dos cinco réus.