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Coronavírus: todos os bairros do Recife já têm registro da doença

"A situação não é restrita a determinadas regiões ou a classes sociais. O vírus tem chegado com muita força nas comunidades", diz o secretário de Saúde do Recife, Jailson Correia

Cinthya Leite
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Cinthya Leite
Publicado em 16/04/2020 às 12:36 | Atualizado em 16/04/2020 às 12:42
FELIPE RIBEIRO/JC IMAGEM
Nível de isolamento social está em torno de 50% no Recife. Ideal seria taxa de, pelo menos, 70% - FOTO: FELIPE RIBEIRO/JC IMAGEM

O secretário de Saúde do Recife, Jailson Correia, reconhece que a capital é o epicentro de covid-19 em Pernambuco e que os casos do novo coronavírus já estão registrados em todos os 94 bairros da cidade. “Estamos muito integrados na preocupação com a interiorização dos casos da doença em Pernambuco. A situação não é restrita a determinadas regiões ou a classes sociais. O vírus tem chegado com muita força nas comunidades. Como não existem barreiras entre os municípios, temos a clareza de que isso (expansão da covid-19) vale para toda a Região Metropolitana do Recife”, frisou Jailson, em coletiva de imprensa online na quarta-feira (15), ao lado do secretário de Saúde de Pernambuco, André Longo.

Atualmente os casos confirmados da doença estão distribuídos por 60 municípios pernambucanos, além do Arquipélago de Fernando de Noronha, que já tem 24 ocorrências de covid-19. A epidemia também já chega a municípios pequenos do interior cuja estrutura de assistência, especialmente para terapia intensiva, é muito precária. Diante desse cenário, o Estado se mobiliza para aumentar as condições para transferir casos mais graves dessas cidades para hospitais de macrorregiões. “O Estado está ampliando a capacidade de transporte. Os contratos estão sendo assinados para que termos mais ambulâncias com UTI móvel. Já há algumas à disposição e outras contratadas. Pernambuco tem suporte de uma UTI no ar e, inclusive, já fez transferências no interior e em Noronha. A gente também tem um suporte grande dos municípios que têm Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu)”, frisou Longo.

A capital pernambucana sedia a Central de Regulação Médica do Samu 192 Metropolitano do Recife, que, além do município sede, regula também as chamadas de 71 municípios do Estado e da Ilha de Fernando de Noronha. Segundo o médico Leonardo Gomes, diretor-geral do Samu Metropolitano do Recife, as ligações para atendimento a casos de síndrome respiratória aguda grave (condição que pode ser causada pelo novo coronavírus e por outros agentes infecciosos) aumentaram em dez vezes, quando se compara com o número de chamados do ano passado, quando não existia circulação do vírus.

“Atendíamos de três a cinco ocorrências em 24 horas. Agora é uma média de 50 chamados, incluindo os 71 municípios. Hoje (quarta-feira, dia 15) foram 19 ocorrências de covid-19 ao mesmo tempo”, informou Leonardo. Ele acrescenta que metade dessa demanda é do Recife; as demais são diluídas entre as demais cidades reguladas pelo Samu Metropolitano.

Ainda sobre a assistência aos casos da doença no interior do Estado, André Longo destacou a importância de os municípios também oferecerem suporte e infraestrutura capazes de atender os pacientes. “Precisamos atender de forma adequada essas pessoas que precisam de uma (unidade de) referência regional e, por vezes, da referência estadual na capital. Temos solicitado que, nos esforços que as cidades maiores estão fazendo, sejam criadas salas de estabilização (ambiente para monitorar e cuidar de pessoas com quadros de saúde críticos por algumas horas) voltadas a pacientes mais graves e, assim, seja possível ter o tempo necessário para se fazer a remoção com segurança”, explicou o secretário.

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