Estamos há mais de três meses seguindo medidas de restrição social para garantir o distanciamento – a medida mais efetiva, até o momento, para controlar a transmissão do novo coronavírus. Aos poucos, foi limitada ou proibida uma série de atividades com a missão de deitar a curva epidêmica da covid-19 e salvar vidas. Na segunda quinzena de maio, a capital pernambucana e mais quatro cidades do Grande Recife ainda vivenciaram uma quarentena rigorosa.
Neste mês de junho, a situação sanitária desses municípios parece ter se afastado (temporariamente, é o que dizem os especialistas) do ponto crítico. Paralelamente, a sociedade vive agora a exaustão emocional do confinamento, o que coincide com o início do processo de retomada gradual da economia e da vida social.
Muitas são as pessoas que desejam retomar hábitos, ir à casa de praia ou de campo e caminhar no calçadão. Estariam elas, em algum momento, furando a quarentena? Estariam estimulando um comportamento de risco?
As autoridades de saúde no Estado frisam que a recomendação do “fique em casa” continua valendo e que a população só deve sair para atividades essenciais. Mas é possível ir a locais que já foram liberados, seguindo cautela, adoção de hábitos de higiene, uso de máscaras e longe de aglomerações. No entanto, tudo pode mudar, a depender das idas e vindas da curva epidêmica da covid-19.
Precisamos aprender a conviver com a nova normalidade para também manter em harmonia a saúde mental. “Ficar em casa nunca foi tão necessário e, ao mesmo tempo, tem nos deixado exaustos porque as demandas apareceram repentinamente e foram se acumulando. É importante tentar realizar atividades e caminhadas ao ar livre ou qualquer outra coisa, mesmo que seja online, para diminuir o estresse e a fadiga decorrentes do isolamento”, frisa a psiquiatra Kátia Petribú, professora titular da Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Universidade de Pernambuco. "Houve mudança grande na rotina, com demandas imediatistas. Isso produz uma carga de estresse imensa, o que gera fadiga num cenário de tensão causado por uma doença que é uma caixa de surpresas. Devemos aprender a lidar com essa situação, realizando atividades que nos deem bem-estar", complementa a psiquiatra.
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