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Dois pacientes a cada hora: o 'novo normal' nos consultórios após a estabilização da epidemia

Plano de Convivência com a Covid-19 em Pernambuco recomenda o atendimento de dois pacientes por 60 minutos, a fim de evitar qualquer tipo de aglomerações em consultórios, clínicas, laboratórios e hospitais

Cinthya Leite
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Cinthya Leite
Publicado em 09/06/2020 às 1:09 | Atualizado em 09/06/2020 às 1:21
WILTON MARCELINO/DIVULGAÇÃO
Em clínicas como as do Hope, a volta aos atendimentos a pacientes foi planejada seguindo uma série de cuidados - FOTO: WILTON MARCELINO/DIVULGAÇÃO

Um novo consultório e uma nova sala de espera. É assim que o secretário de Saúde de Pernambuco, André Longo, define a retomada, a partir de amanhã, do funcionamento da rede assistencial (consultórios, clínicas, laboratórios e hospitais) para realização de consultas, procedimentos diagnósticos e terapêuticos, além de cirurgias eletivas. O retorno, após quase três meses de interrupção dos acompanhamentos ambulatoriais devido à epidemia do novo coronavírus, faz parte do Plano de Convivência com a Covid-19 do governo estadual, com foco em determinações para que esses serviços retomem atividades com toda a segurança para pacientes e profissionais. Os detalhes estão em portaria publicada hoje no Diário Oficial do Estado. Entre as recomendações, está o atendimento de dois pacientes por hora, a fim de evitar qualquer tipo de aglomerações.

“Para que o retorno seja feito com segurança, devem ser avaliados riscos e benefícios. Vamos acompanhar isso com conselhos profissionais, com a Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária e as dos municípios, a fim de que não seja dado um passo maior do que se deve dar neste primeiro momento (de retomada dos serviços)”, disse Longo, em entrevista coletiva transmitida pela internet. Nos consultórios, clínicas, laboratórios e hospitais, é obrigatório o uso de máscaras por pacientes, acompanhantes, profissionais de saúde e demais colaboradores dos serviços. Em todos, devem ser disponibilizadas áreas com água, sabão, toalhas de papel e álcool em gel.

“Temos uma preocupação com o sistema como um todo e com as condições de saúde da população em geral. Se as atividades retornam, é preciso segurança, seguindo protocolos. É necessário deixar tudo muito claro para as pessoas que vão aos consultórios, a fim de evitar a propagação do vírus nesses ambientes”, esclareceu o secretário. A portaria ainda determina manutenção de distância de 1,5 metro entre as pessoas, além da instituição de uma barreira física de proteção entre os pacientes e atendentes. Quando isso não for possível, deve-se demarcar no chão o distanciamento.

“Nunca paramos 100%, mas diminuímos a quantidade de atendimentos por causa da epidemia. A oftalmologia teve uma queda, em termos de número de consultas, de mais de 80%”, diz o oftalmologista Vasco Bravo Filho, diretor-clínico do Hospital de Olhos de Pernambuco (Hope). Ele destaca que a retomada dos atendimentos marcados, a partir de amanhã, foi planejada seguindo uma série de cuidados, como a ampliação entre o intervalo de atendimento entre pacientes. “Atenderemos um paciente a cada meia hora. Ou seja, num turno, não serão mais de dez pacientes. Antes da pandemia, esse número variava de 20 a 25 pessoas”, informa Vasco.

Na clínica da dermatologista Fábia Valente, em Boa Viagem, Zona Sul do Recife, pacientes e funcionários passarão por uma estação de higienização, com medição de temperatura, uso de equipamentos de proteção individual, guarda de pertences pessoais e troca por material descartável e estéril. Nas primeiras semanas de retomada, serão atendidas as pessoas que estavam com protocolo de atendimento em andamento antes da epidemia, além de outras que fazem tratamento contínuo no serviço. “Estamos levando muito a sério a importância da biossegurança e seguindo com rigidez os passos recomendados pelos especialistas e órgãos de controle”, diz Fábia.

Também com a proposta de segurança, distanciamento social e higiene, a Lucilo Maranhão Diagnósticos, no Derby, área central do Recife, volta amanhã a fazer os atendimentos eletivos. Diretor da clínica, o médico radiologista Marcos Miranda Filho conta que, devido à parada ao longo de quase três meses, a unidade percebeu redução de 80% a 90% dos atendimentos no setor de imagem. “Mas nunca paramos por completo, pois alguns exames, como os de pacientes oncológicos, precisavam ser realizados. Neste momento, vamos fazer a reabertura de forma organizada, baseada no distanciamento social, na biossegurança e demais recomendações”, frisou Marcos Miranda Filho.

Confira os casos por município em Pernambuco:

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