Ao longo de três meses de combate à epidemia do novo coronavírus, Pernambuco realizou 81.429 exames de covid-19, sendo 31.250 testes rápidos e outros 50.179 do tipo RT-PCR, considerado o padrão-ouro no diagnóstico da doença, cuja confirmação é obtida através da detecção do RNA do vírus. O número ainda é pequeno para o cenário de pandemia e, por isso, o Estado caminha para ampliar a capacidade de testagem e chegar mais perto da real dimensão da epidemia no território pernambucano. Para alcançar a meta, o governo realizou uma compra conjunta de 120 mil testes de covid-19 RT-PCR e uma máquina automatizada que processa os exames. O equipamento tem capacidade para analisar 6 mil amostras por dia e só deve chegar, segundo a Secretaria Estadual de Saúde (SES), dentro de um mês.
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Com isso, Pernambuco pode chegar a dar conta de quatro vezes mais testes RT-PCR do que atualmente. Por semana, 10.150 exames desse tipo podem chegar a ser processados hoje pelo Laboratório Central de Saúde Pública de Pernambuco (Lacen-PE), Instituto Aggeu Magalhães (unidade da Fiocruz em Pernambuco), Genomika Diagnósticos, Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip), HLA Diagnóstico e Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Com a máquina em funcionamento, o Estado vai a outro patamar e amplia a capacidade para 42 mil testes por semana.
O anúncio foi feito nesta sexta-feira (12), durante coletiva de imprensa transmitida pela internet, pelo secretário de Saúde de Pernambuco, André Longo, que fez um balanço do enfrentamento à epidemia de covid-19 nos últimos 90 dias. Em março, o Lacen-PE iniciou as testagens da covid-19 com uma média semanal de 70 exames. “Hoje, a nossa capacidade é de mais de 10 mil exames por semana e, até o momento, já realizamos cerca de 80 mil testes nos últimos três meses. Esse quantitativo nos coloca entre os Estados que mais realizaram testes da covid-19. E não vamos parar por aí. Já estamos adquirindo uma máquina de última geração e outros 120 mil testes RT-PCR, o que vai quadruplicar nossa capacidade de processamento”, assegurou Longo.
Neste momento em que Pernambuco coloca em ação o plano de retomada dos setores econômicos, a realização de testes se faz cada vez mais necessária, pois os exames podem servir como um termômetro para se ter um conhecimento mais aproximado do volume de pessoas que já se infectaram pelo novo coronavírus. Quanto mais testes forem feitos, melhor pode ser o retrato da realidade e, dessa maneira, pode-se ter mais segurança para adotar estratégias de reabertura das atividades comerciais.
Sem vacina e sem testes suficientes para conter a epidemia no cenário atual, o isolamento social continua sendo a forma mais segura para enfrentar a covid-19. “Não estamos prontos para o retorno a uma normalidade qualquer. O ‘fique em casa’ não foi abandonado”, reforçou Longo.
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