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Sem informar data, Pernambuco anuncia retomada do comércio de praia para 8ª etapa do plano de convivência

Secretário Bruno Schwambach não anunciou em que data a Macrorregião de Saúde I terá condições para avançar para a etapa 8

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Publicado em 20/08/2020 às 17:31 | Atualizado em 20/08/2020 às 19:05
WELLINGTON LIMA/JC IMAGEM
Grupo fechou a Avenida Boa Viagem nesta quinta-feira (20) - FOTO: WELLINGTON LIMA/JC IMAGEM

Em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (20), o secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, Bruno Schwambach, anunciou que a atividade do comércio de praia está prevista para a próxima etapa do Plano de Convivência com a Covid-19, a de número 8. No entanto, ele não anunciou em que data a  Macrorregião de Saúde I terá condições para avançar para essa fase. A região permanece na etapa 7 do plano de convivência. O secretário ainda destacou que o governo está em dialogo com representantes do setor para atualizar o protocolo de reabertura dessas atividades na praia.

Nesta quinta-feira (20), barraqueiros de praia do Recife e de Jaboatão dos Guararapes fecharam a Avenida Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, na altura do quiosque 38, próximo à Pracinha de Boa Viagem, em reivindicação pela retomada da atividade - paralisada desde março como forma de evitar a transmissão do novo coronavírus. É a segunda vez, em menos de uma semana, que o segmento faz manifestação no local. Apesar de as praias estarem abertas para banho de mar, prática de atividades físicas e quiosques, o comércio na faixa de areia ainda não foi permitido nos municípios. Os barraqueiros liberaram a avenida no início da tarde, mas continuam em concentração até que o Governo do Estado informe uma data de reabertura.

Presidente da Nova Associação dos Comerciantes e Microempreendedoras da Orla de Jaboatão dos Guararapes, que representa 186 trabalhadores, Sandoval Berto contou ao JC que, durante o protesto, o Governo convidou os representantes do setor para negociar os termos no Palácio Campo das Princesas. Uma das queixas dos comerciantes é justamente a falta de definições do Estado em relação à retomada. Na última sexta-feira (14), a Secretaria da Casa Civil disse que informaria até esta terça-feira (18) "os critérios e formas de atuação para a reabertura". A promessa não foi cumprida.

O presidente da Associação dos Barraqueiros da Orla de Boa Viagem, Severino da Silva, falou que o grupo vem discutindo os protocolos com o Governo. "Eles concordaram com a gente, sobre o distanciamento de 1,5 metro, sobre ter álcool em gel, material higienizado, só atender banhista que vir com máscara", citou.

Os trabalhadores também vêm em tratativa com a Prefeitura do Recife sobre o assunto, segundo ele. Na última quinta-feira (13), tiveram reunião com as secretarias de Mobilidade e de Turismo. "Ficou tudo definido (os protocolos), mas até agora não deram resposta."

A reclamação principal do segmento é sobre terem ficado para trás no Plano de Convivência com a Covid-19. "Todos os setores reabriram, avançaram, inclusive bares e restaurantes já têm música ao vivo. Como a gente pode não voltar, se todo mundo voltou?", questionou Severino. A entidade representa 478 comerciantes no Recife, 70% dos quais são microempreendedores.

Sem trabalhar há cinco meses, os comerciantes sentem de perto o estrago da pandemia na vida pessoal. Luís Marcos Silva, de 44 anos, trabalha na praia de Boa Viagem há 36, desde que tinha 8 anos de idade. Hoje é MEI e vende de bebidas na orla. No entanto, com o negócio paralisado, ele sustenta a família com os R$ 600 do auxílio emergencial. "Não é suficiente pra quem mora de aluguel e vive com três crianças. Minha mulher não recebeu (o auxílio). Estou devendo quase cinco meses de aluguel, pagando só um pedaço", revelou.

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