Pernambuco confirmou, na tarde desta terça-feira (25), a primeira morte de criança com síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica e que teve diagnóstico positivo para o novo coronavírus. A informação foi dada pelo secretário Estadual de Saúde, André Longo, durante coletiva de imprensa transmitida pela internet. A menina que foi a óbito tinha 11 anos e morava na capital pernambucana. Segundo a Secretaria de Saúde do Recife (Sesau), a menina deu entrada num hospital público estadual em 23 de junho. Ela faleceu no dia seguinte (24/6) e não chegou a ser internada em leito de unidade de terapia intensiva (UTI).
Ainda de acordo com a Sesau, a menina não tinha histórico de doença preexistente. "A criança apresentou febre, conjuntivite, diarreia, dores abdominais, náusea, vômito, manchas vermelhas pelo corpo e taquicardia. Ela teve histórico de contato com familiares com suspeita de covid-19 e foi testada logo no dia 23. O RT-PCR deu negativo para a doença, mas o teste rápido positivou", diz a nota da secretaria.
Leia também: Covid-19: taxa de ocupação de leitos pediátricos é maior do que a média geral em Pernambuco
Entre os sintomas da síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica associada à covid-19, estão febre persistente acompanhada de um conjunto de manifestações, como pressão baixa, conjuntivite, manchas no corpo, diarreia, dor abdominal, náuseas, vômitos e comprometimento respiratório, entre outros sinais.
O secretário ainda informou que Pernambuco tem nove casos notificados. Entre eles, estão o óbito, sete crianças que tiveram alta hospitalar e uma que permanece internada em leito de enfermaria. No dia 6 de agosto, o Estado divulgou os dois primeiros casos da síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica em decorrência da covid-19.
A pneumopediatra Rita Moraes de Brito, professora da Universidade de Pernambuco (UPE), já atendeu casos de crianças com a síndrome no Hospital da Restauração (HR), no bairro do Derby, área central do Recife. "Não se trata de uma unidade referência para acompanhar quadros respiratórios, mas é um serviço que é referência em cirurgia abdominal. Como esses pacientes chegavam com um dor forte no abdome, que faz suspeitar de apendicite, os quadros chamaram a minha atenção no HR. Ao ver uma das crianças, percebi que não se tratava de apendicite, pois ela tinha outros sintomas sugestivos de covid-19", relata Rita, que chegou a acompanhar os pacientes durante o auge da epidemia do novo coronavírus no Estado.
Comentários