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Câncer de mama: painel genético duplica chance de detectar alterações em mulheres com mutação

Testes são mais abrangentes, pois ampliam a chance de se encontrar uma possível modificação genética que leva a uma elevação significativa do risco de desenvolvimento do tumor

Cinthya Leite
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Cinthya Leite
Publicado em 04/10/2020 às 14:24 | Atualizado em 04/10/2020 às 14:25
RODRIGO NUNES/MS
O Estado já confirmou 288.424 casos da doença, sendo 32.010 graves e 256.414 leves - FOTO: RODRIGO NUNES/MS

Chega o Outubro Rosa para reforçar a conscientização, em todo o mundo, sobre o diagnóstico e tratamento precoces do câncer de mama, que deve ser responsável por 66.280 novos casos no Brasil até o fim deste ano, segundo o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca). Anualmente, no País, morrem cerca de 18 mil pessoas em decorrência da doença, que pode ser vencida com vigilância de diagnóstico em tempo oportuno.

É nesse contexto que despontam os exames genéticos que avaliam o risco hereditário de câncer de mama e, no Recife, é realizado pela Genomika Einstein, com cobertura de planos de saúde. O médico imunologista João Bosco Oliveira, sócio-fundador da empresa, afirma que esses testes são mais abrangentes, pois ampliam a chance de se encontrar uma possível modificação genética que leva a uma elevação significativa do risco de desenvolvimento do tumor.

"Até um tempo atrás, só se falava sobre os BRCA-1 e BRCA-2, cujas mutações aumentam o risco de se ter câncer de mama e de ovário. Mas agora são muitos outros. Para alguns casos, indicamos passar pelo painel, que possibilita encontrar duas vezes mais alterações em mulheres com mutação", esclarece João Bosco. Essa análise é indicada a mulheres com histórico pessoal de câncer (aquelas que apresentam a doença ou já tiveram) abaixo dos 50 anos.

A partir dos resultados, o médico pode fazer orientações às pacientes sobre a melhor forma de se fazer o tratamento e a vigilância. "Se houver mutação no BRCA-1, por exemplo, muda-se a forma como deve ser feito o procedimento cirúrgico. A partir do que o painel de risco nos mostra, também podemos fazer uma vigilância aumentada em áreas além da mama, como o ovário", acrescenta o médico.

A Genomika Einstein realiza o painel NGS para Risco Hereditário de Câncer, considerado um dos testes mais avançados para detectar chance aumentada de desenvolver a doença. No exame, o DNA do paciente é extraído da amostra de sangue ou saliva e analisado. "Todas as pessoas carregam uma carga genética única. A maior parte dessas variantes traz características que não são danosas. Porém, algumas delas alteram o funcionamento normal de um gene e podem causar um risco maior do desenvolvimento de tumores. Essas alterações podem ser detectadas por um teste genético", explica João Bosco.

No painel, são avaliados 44 genes associados a diferentes tipos de câncer. Mutações no gene BRCA-1 e BRCA-2, por exemplo, estão associadas ao câncer de mama, ovário e próstata. Porém, o que poucos sabem é que esse exame é um dos que fazem parte da cobertura obrigatória por planos de saúde, por ordem da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

Mais exames 

A Genomika Einstein também realiza o painel multicâncer, um outro teste que avalia mais genes: são 145 associados a diversos tipos de tumores, como mama, intestino, próstata e endométrio entre outros. Mas esse ainda não é coberto pelos planos de saúde. "Também há o painel de farmacogenética, que vê como o organismo de cada pessoa metaboliza medicações, principalmente aquelas para tratar câncer, doenças cardiovasculares e transtornos psiquiátricos", frisa o médico imunologista João Bosco Oliveira (foto).

 

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