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Pernambuco tem aumento de 27% em casos de coqueluche, doença mais frequentes em crianças

Vacinação é a única medida para estimular imunidade contra a enfermidade respiratória

Bruna Oliveira
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Bruna Oliveira
Publicado em 28/10/2020 às 15:25 | Atualizado em 28/10/2020 às 15:36
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A coqueluche, em sua maioria, acomete crianças menores de um ano de idade - FOTO: Foto: Free Images

Pernambuco apresentou um aumento de 27% no número de casos confirmados de coqueluche. Enquanto em 2018 foram registradas 405 ocorrências, o ano de 2019 teve 517 confirmações da doença. Dos casos contabilizados no ano passado, 276 ocorreram em bebês menores de 1 ano, o que corresponde a 53% das confirmações. No mesmo ano, as crianças entre 1 e 4 anos corresponderam à segunda faixa etária mais acometida pela doença, com 118 confirmações.

Doença infecciosa aguda de transmissão respiratória, a coqueluche é causada pela bactéria bordetella pertussis e acomete em sua maioria crianças menores de um ano de idade. Para estimular a imunidade à doença, a medida de prevenção mais eficaz ainda é a vacinação. Para isso, a criança deve seguir o esquema vacinal infantil e ter as aplicações do imunizante garantidas.

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A pentavalente, que protege contra difteria, tétano, coqueluche, Haemophilus influenzae do tipo b e hepatite B, deve ser feita em três doses, aos dois, quatro e seis meses de vida. O 1º reforço deve acontecer com a vacina tríplice bacteriana (DTP), que protege contra difteria, tétano e coqueluche – aos 15 meses de vida - e o 2º reforço, para que se complete a imunização, aos 4 anos de idade.

De acordo com a médica infectologista do Hospital Universitário Oswaldo Cruz (HUOC), Analiria Pimentel, a imunidade à doença adquirida pela vacina é duradoura, no entanto, não é permanente. Portanto, crianças maiores, jovens, adolescentes e adultos também podem transmitir a coqueluche para crianças menores de um ano, que desenvolvem a forma mais grave. A vacina pode garantir imunização de 5 a 10 anos após a última dose.

Apesar do pico da doença no ano passado, em 2020 foram confirmados 19 casos, sendo 13 deles em menores de um ano de idade. Para a médica, a pandemia do novo coronavírus é fator preocupante, já que, por medo, muitas pessoas deixam de levar as crianças para vacinar.

"O pessoal com medo de levar as crianças para fazer as vacinas atrasaram. A gente sempre tem que ter essas crianças vacinadas, por isso a gente pede à população que leve as crianças para que elas tenham o calendário vacinal em dia", explicou.

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Além da garantia da gratuidade para crianças, a vacina contra coqueluche também pode ser tomada por gestantes de forma gratuita nos postos de saúde. É recomendada a cada gestação, a administração de 1 dose de difteria, tétano e coqueluche acelular ( dTpa) a partir da 20ª semana de gestação.

Sintomas

Os sintomas da coqueluche se apresentam em três fases, na qual a primeira  pode durar até duas semanas e é iniciada com manifestações respiratórias e sintomas leves, como febre pouco intensa, mal estar geral, coriza e tosse seca, seguido por surtos de tosse, cada vez mais intensos e frequentes.

Na segunda fase, geralmente afebril ou com febre baixa, há crises de tosse súbita e incontrolável, rápida e curta. Durante esses acessos, o paciente não consegue inspirar, apresenta congestão facial e, eventualmente, pele azulada, que pode ser seguida de apneia e vômito e durar de 2 a 6 semanas.

Já a última fase, a da convalescença, os surtos de tosse desaparecem e dão lugar a episódios de tosse comum e pode se prolongar até 3 meses.

 

 

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