A coletiva de imprensa realizada pelo governo do estado nessa quinta-feira (3) anunciou o aumento de 27% de casos graves de covid-19 em quase todas as regiões de Pernambuco, comparado com os 15 dias anteriores. Os dados epidemiológicos impediram que a gestão, diferentemente do planejado, liberasse eventos corporativos, sociais e culturais com capacidade acima de 300 pessoas, que seriam permitidos a partir do dia 1º de dezembro. No entanto, a flexibilização, por enquanto, também não irá retroceder. Ainda foi informado que o Estado não fará compra direta de vacinas junto a laboratórios. Confira detalhes dos últimos anúncios sobre a pandemia:
- Pernambuco decide não avançar na liberação de eventos e promete reforço da fiscalização
- Pernambuco não fará compra direta de vacinas contra covid-19 junto a laboratórios
- Flexibilização não irá retroceder neste momento em Pernambuco, mesmo com aumento do número de casos de covid-19
- Pernambuco tem aumento de 27% de casos graves de covid-19, com piora em quase todas as regiões
Aumento de 27% de casos graves
Na última semana de novembro (que corresponde a 48ª semana epidemiológica), a Secretaria Estadual de Saúde registrou um aumento de 27% no número de casos de síndrome respiratória aguda grave, comparado com os 15 dias anteriores (46ª semana epidemiológica). Os registros passaram de 512 casos para 653 notificações, nesse intervalo de duas semanas.
O secretário estadual de Saúde, André Longo, afirmou que o aumento do número de casos por 15 dias seguidos "não ocorria já há algum tempo". Ele disse que houve piora da pandemia em quase todas as regiões, com exceção de parte do Sertão.
"Até agora, as oscilações não configuram uma segunda onda, mas merecem a atenção e o reforço na adoção dos cuidados por parte de todos. Vamos continuar monitorando os dados com transparência e não iremos nos furtar a tomar medidas mais rígidas caso os adoecimentos e casos graves apresentem uma tendência clara e permanente de crescimento", explicou Longo.
Com a confirmação, nessa quinta-feira (3), de mais 1.431 casos da Covid-19 e 16 óbitos causados pela doença, Pernambuco passou a totalizar 187.038 infectados e 9.098 mortes provocadas pelo novo coronavírus. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, houve uma ampliação na testagem feita no Estado. No início do ano, o Laboratório Central de Pernambuco (Lacen-PE) processava 70 amostras por dia. Hoje, esse número saltou para cinco mil testes diários.
Estabilização no plano de retomada
O plano de convivência com a covid-19 em Pernambuco não apresentará avanços a partir desta segunda-feira (7), mas também não sofrerá retrocessos. Diferente do que vinha planejando, o governo não irá liberar, por ora, eventos corporativos, sociais e culturais com capacidade acima de 300 pessoas.
A expectativa era de que essas atividades fossem permitidas a partir do dia 1º de dezembro, mas com o avanço do número de casos de covid-19, o plano de convivência seguirá inalterado, sem retroceder, porque a gestão também não vê indícios suficientes de uma segunda onda de infecções no Estado e aponta resultado exitoso na aplicação do plano, inclusive em relação aos resultados econômicos.
Espera por vacina do PNI
Na coletiva, o secretário Estadual de Saúde, André Longo, também descartou que Pernambuco tenha intenção de fazer uma compra direta junto a laboratórios que estão produzindo vacinas contra a covid-19. Ele argumentou que o Brasil possui um Programa Nacional de Imunizações que é referência mundial. Longo disse estar confiante de que a universalidade na distribuição da vacina com todos os brasileiros será respeitada pelo governo federal. "Nós não vemos necessidade de aquisições pontuais de vacina. Acreditamos que o acesso será equânime para todos os Estados, sem preponderar interesses políticos nesse processo", afirmou André Longo.
O secretário lembrou que ainda não há nenhum imunizante aprovado pela Anvisa, mas a expectativa é que as primeiras doses estejam sendo distribuídas a partir de fevereiro do próximo ano. Ele argumentou que Pernambuco tem se destacado no cenário nacional pela logística para distribuição e aplicação de vacinas nos programas de imunização que já existem. "Somos o Estado com melhor índice de alcance de crianças na vacinação contra a poliomielite. Já temos uma larga experiência nessa área, o que nos ajudará no processo de imunização contra a covid", destacou.
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