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Covid-19: "A cada dia, a propagação do vírus se torna mais rápida", alerta secretário de Saúde de Pernambuco

Para André Longo, é muito duro conviver com um cenário prolongado e tão adverso como o da pandemia do novo coronavírus

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Cinthya Leite

Publicado em 21/03/2021 às 18:26 | Atualizado em 21/03/2021 às 21:33
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Aos 49 anos, o médico cardiologista André Longo, secretário de Saúde de Pernambuco, não tem dúvidas de que o enfrentamento à pandemia de covid-19 é a grande missão que enfrenta enquanto gestor público. "Certamente é um dos maiores desafios de minha vida. Tem sido um período de total dedicação e de trabalho ininterrupto. É, de fato, muito duro conviver com um cenário prolongado e tão adverso", destaca Longo, que semanalmente faz alertas enfáticos e duros para ter adesão da população ao leque necessário de medidas restritivas.

Assim como os profissionais de saúde que atuam na linha de frente, ao lado dos pacientes, o secretário também sente o peso de mais uma explosão de casos de covid-19 em Pernambuco. "O alívio para suportar toda esta difícil situação vem do apoio irrestrito da minha família e também do meu compromisso enquanto gestor público de trabalhar pela saúde, e pela vida de todos. A nossa luta diária tem sido para salvar o máximo de vidas possível. Estamos abrindo leitos numa velocidade nunca antes vista na história da saúde pública de Pernambuco." Ele acrescenta que, se contarmos apenas o início deste mês de março, foram mais de 300 novas vagas de terapia intensiva (UTI) abertas. "Isso corresponde a mais de cinco vezes a capacidade instalada de terapia intensiva do Hospital da Restauração, que é a maior unidade de urgência e emergência do Norte e Nordeste. Mas esse grande esforço não tem sido suficiente. Nosso sistema de saúde está cada vez mais pressionado. A cada dia, a propagação do vírus se torna mais rápida", lamenta Longo.

Dessa forma, ele frisa que, neste momento, só abrir leitos não tem sido o bastante e, para frear a curva crescente da covid-19, é preciso reduzir a circulação de pessoas e diminuir o contágio. "É uma medida muito amarga, eu sei. Mas é uma medida necessária para que possamos salvar vidas, e só isso importa neste momento. Mais do que nunca, meu pedido aos pernambucanos é para tenhamos solidariedade, que possamos pensar no outro. O desrespeito a este período de quarentena é aceitar a sua consequência mais cruel: a morte de milhares de pernambucanos."

Como tem feito em todas as coletivas de imprensa, o secretário pede que a sociedade respeite o isolamento social. "Fiquem em casa. E se realmente for inevitável sair, usem corretamente a máscara, cobrindo a boca e o nariz, mantenha o distanciamento social e lave as mãos com frequência. Só juntos poderemos superar a pandemia."

A campanha de conscientização da Secretaria de Saúde de Pernambuco, nas redes sociais (Facebook, Twitter e Instagram), também traz mensagens de conscientização. A ação conta com relatos de profissionais de saúde de diversas unidades ligadas à rede estadual. Eles compartilham experiências vividas em um ano de pandemia e fazem um apelo para que a população cumpra as medidas de restrição e fique em casa.

"Pense nos trabalhadores da saúde que estão há mais de um ano enfrentando diariamente o medo e o excesso de trabalho para tentar salvar vidas. Não dá para aceitar que, passado um ano de pandemia, alguém ainda não acredite na gravidade dessa doença. Escute quem está cuidando diretamente dos pacientes. O Brasil está vivendo o momento mais difícil de nossa história recente. Então, fique atento aos pedidos dos nossos profissionais. Proteja-se, respeite as normas sanitárias e fique em casa", finaliza o secretário André Longo.

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