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''As Upas devem ficar para os casos de maior gravidade, que serão priorizados'', diz secretário de Saúde de Pernambuco

André Longo admitiu que as UPAs estão sobrecarregadas e pediu que a população utilize a ferramenta 'Atende em Casa' ou as unidades municipais de saúde em casos de menor gravidade

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Cássio Oliveira, Cinthya Leite

Publicado em 25/05/2021 às 12:10 | Atualizado em 25/05/2021 às 15:51
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Pernambuco voltou a ter as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) lotadas e o secretário estadual de Saúde, André Longo, pediu à população, como forma de desafogar o sistema, que procure essas unidades em casos graves. Ele disse haver a saúde primária dos municípios e o serviço Atende em Casa, uma ferramenta online, lançada em 26 de março de 2020, no início da pandemia de covid-19 em Pernambuco, para orientar usuários com sintomas gripais.

O aumento na demanda nas UPAs se dá em meio a recordes diários da média móvel de casos de covid-19 e do número de pacientes com sintomas da doença que aguardam um leito de terapia intensiva (UTI) e enfermaria. Nessa segunda-feira (24), o JC registrou que a situação é semelhante ao que ocorreu no começo da segunda onda da pandemia no Estado, em novembro do ano passado. Foram vários os relatos de pessoas adoentadas que voltaram para casa sem atendimento, pois não conseguiram nem entrar nas UPAs da Caxangá e da Imbiribeira, Zonas Oeste e Sul do Recife, respectivamente.

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"As Upas sempre fazem classificação de risco e algumas pessoas procuram por questões ambulatoriais. Temos o Atende em Casa, que é um serviço online reconhecido, premiado pela capacidade de resolução, que se pode acessar em casa, via internet, via celular, e a depender da situação conversa com o médico, tem orientação, se agenda testagem. Então, é preciso entender que é um momento no qual as UPAs estão sobrecarregadas, que darão atenção prioritária aos casos mais graves. Queremos atender todo mundo, mas é preciso utilizar toda a gama de serviço que tem, como a atenção primária dos municípios, que deve ser procurada, o Atende em Casa e as UPAs realmente devem ficar para os casos de maior gravidade, que sempre serão priorizados", explicou o secretário André Longo, em entrevista à Rádio Jornal.

André explicou que o Estado está perto do limite de recursos humanos para o combate à pandemia. "A capacidade instalada está perto do limite. Abrimos 700 leitos de janeiro para cá. É um esforço gigantesco de mobilização de equipamentos, de recursos humanos, de insumos. Abrimos mais 15 leitos em São Lourenço da Mata e estamos em prospecção para abrir mais leitos na Região Metropolitana, mas estamos perto do limite. Estamos passando nesse momento por dificuldade de recursos humanos, os municípios têm aproveitado as pessoas recém formadas, que estão saindo do forno, das faculdades de Medicina, mas esse movimento é finito. É chegada a hora, sempre foi hora, mas agora mais ainda, das pessoas atentarem à necessidade do cuidado. Precisamos cuidar da prevenção, educação sanitária, se possível ficar em casa, se precisar sair, utilizar a máscara corretamente, buscar isolamento social possível, distanciamento possível e higienizar as mãos. Já temos a sexta maior rede de terapia intensiva no País. Por isso, Pernambuco tem a segunda menor taxa de mortalidade em 2021", afirmou o secretário.

UPAs

Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) já havia reconhecido a grande demanda nas UPAs, mas ressaltou que os 15 serviços estaduais estão funcionando normalmente, não recusam atendimento e prestam a assistência de acordo com a situação de cada paciente.

"Todas as unidades continuam a atender pacientes que apresentem, ou não, sintomas respiratórios. Importante lembrar, no entanto, que as UPAs priorizam os casos graves, utilizando o sistema de classificação de risco, ou seja, os pacientes passam por uma avaliação de sua gravidade e recebem uma pulseira que indica o grau de prioridade no atendimento como forma de avaliar e identificar as pessoas que necessitam de atendimento prioritário, de acordo com a gravidade clínica", destaca.

A SES ainda acrescenta que, "em alguns casos, quando os pacientes são considerados não graves, situação que não envolve risco imediato (classificação verde), o paciente é orientado a procurar um serviço de saúde de baixa complexidade, na rede de atenção básica, caso não queira aguardar o tempo necessário para o atendimento".

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