Setembro Amarelo: Samu Recife registra 3.441 chamados por causas psiquiátricas
Serviço destina uma ambulância para atender exclusivamente as demandas da saúde mental que exigem emergência
Poucas pessoas sabem que o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192) do Recife conta com equipe capacitada para atender solicitações de atendimentos para casos relacionados a transtornos psiquiátricos, como violência autoprovocada, agressividade, ideação suicida e problemas por uso de substâncias psicoativas. O tema deste Setembro Amarelo (mobilização da Associação Brasileira de Psiquiatria, em parceria com o Conselho Federal de Medicina, para diminuir índices de suicídio), inclusive, traz uma mensagem que condiz com o trabalho diário do Samu: "Agir salva vidas". A atitude do serviço é exatamente travar uma corrida contra o tempo a cada chamado - e isso não é diferente quando as ligações pedem ajuda para pessoas em sofrimento mental.
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"Lançamos o Samu Psiquiátrico em 2017, quando passamos a destinar uma ambulância para atender exclusivamente as demandas da saúde mental que exigem emergência. Os profissionais que atuam nesse veículo foram treinados para dar a assistência adequada", diz o médico Leonardo Gomes, coordenador-geral do Samu Recife. Ele explica que o Samu também pode destinar outros veículos da frota para os atendimentos psiquiátricos, caso a ambulância exclusiva esteja em atuação no momento de novo chamado. "Para essas saídas, ainda contamos com a presença da guarda municipal, que acompanha o nosso carro em duas motos do Samu e ajuda na abordagem do paciente, a fim de que possamos medicar e apaziguar a situação da melhor forma para todos."
Neste ano, até 31 de agosto, o Samu Recife registra 3.441 chamados por causas psiquiátricas. Desse total, 2.436 precisaram de atendimento das equipes, mas o serviço só conseguiu enviar ambulância para oferecer assistência a 1.663 casos, o que indica uma resolutividade de 68,3%. "Infelizmente não conseguimos chegar a todos o que precisam de atendimento. Mas essa taxa de resolutividade já foi bem menor antes de iniciarmos o Samu Psiquiátrico, e isso mostra como tem melhorado a efetividade do serviço", frisa Leonardo. Ele recorda que, antes de criar o projeto voltado à saúde mental, a resolutividade era de 25% a 30%. Em 2017, com o lançamento da proposta, esse índice subiu para 40%. No ano passado, chegou a 58%; hoje está perto de 70%. Agora, a meta do Samu Recife é destinar mais uma ambulância e treinar mais profissionais para as ocorrências psiquiátricas.
Na última quarta-feira (1º), o Ministério da Saúde anunciou que médicos e enfermeiros que atuam diariamente no Samu serão capacitados para realizar atendimentos de pacientes em sofrimento psiquiátrico, quadro que foi agravado devido à pandemia de covid-19. Ao lançar o projeto, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, reforçou o compromisso da gestão com o atendimento de pessoas na atenção primária com transtornos mentais. "Trata-se de uma das prioridades do Ministério da Saúde. Nós vamos trabalhar de maneira dedicada e queremos providências que sejam eficazes e efetivas", afirmou o ministro. De acordo com ele, uma das consequências da pandemia é a exaustão mental da população, em especial dos trabalhadores que estão na linha de frente dos cuidados.