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Esporotricose: doença que afeta gatos torna-se comum em humanos; veja os sintomas e como se dá a transmissão

Só neste ano, Pernambuco já confirmou 173 casos de esporotricose, segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde

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Cadastrado por

Cinthya Leite

Publicado em 19/10/2021 às 11:36 | Atualizado em 20/10/2021 às 16:26
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Considerada uma micose subcutânea causada pelo fungo Sporothrix schenckii e que pode afetar humanos e animais, especialmente gatos, a esporotricose tem se tornado cada vez mais frequente em humanos. Só neste ano, em Pernambuco, segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde (SES), já foram confirmados 173 casos de esporotricose na população que mora em municípios pernambucanos. Esse número ainda é parcial, pois só considera os registros feitos ate julho. Ao longo de todo o ano de 2020, foram 260 confirmações da esporotricose em Pernambuco. 

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O Estado tem registrado casos da doença desde o fim de 2016, quando a SES implementou a vigilância da esporotricose com a notificação, diagnóstico laboratorial e oficinas de trabalho para definir diretrizes e fluxos com municípios da Região Metropolitana do Recife (RMR). Em 2016, o Lacen confirmou 38 casos em animas; em humanos, 13 casos. 

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Como é transmitida a esporotricose?

O fungo causador da esporotricose geralmente habita o solo, palhas, vegetais e também madeiras, podendo ser transmitido por meio de materiais contaminados, como farpas ou espinhos. Animais contaminados, em especial gatos, também transmitem a doença, por meio de arranhões, mordidas e contato direto da pele lesionada. No homem, a doença se manifesta na forma de lesões na pele, que começam com um pequeno caroço vermelho, que pode virar uma ferida. Geralmente estão presentes nos braços, pernas ou no rosto formando uma fileira de nódulos e feridas, afetando pele e vasos linfáticos próximos à lesão, mas pode também atacar ossos, pulmões e articulações.

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Como é o diagnóstico e o tratamento da esporotricose? 

Como pode ser confundida com outras doenças de pele, o paciente deve sempre procurar um dermatologista. O tratamento é baseado em antifúngicos tanto para humanos quanto animais, que em alguns casos, pode durar meses ou mais de um ano.

Por isso, é importante o diagnóstico no estágio inicial da doença. Já nos animais, as manifestações clínicas são variadas. Os sinais mais frequentes são lesões ulceradas na pele, geralmente com pus, que não cicatrizam e costumam evoluir rapidamente. O diagnóstico pode ser clínico (reconhecimento da lesão) ou laboratorial (identificação do fungo).

O diagnóstico em humanos é realizado pelo Laboratório Central de Pernambuco (Lacen-PE). Em animais, é feito pelo Laboratório de Endemias (Labend), unidade laboratorial vinculada ao Lacen-PE. O paciente deve ser encaminhado por um posto de saúde.

Quais os sintomas da esporotricose humana?

Os sintomas da esporotricose aparecem após a contaminação do fungo na pele. O desenvolvimento da lesão inicial é bem similar a uma picada de inseto, podendo evoluir para cura espontânea.

Em casos mais graves, por exemplo, quando o fungo afeta os pulmões, podem surgir tosse, falta de ar, dor ao respirar e febre. Na forma pulmonar, os sintomas se assemelham aos da tuberculose. Mas o fungo também pode afetar os ossos e articulações, manifestando-se como inchaço e dor aos movimentos, bastante semelhantes ao de uma artrite infecciosa.

As formas clínicas da doença vão depender de fatores como o estado imunológico do indivíduo e a profundidade da lesão. O período de incubação é variável, de uma semana a um mês, podendo chegar a seis meses após a inoculação, ou seja, a entrada do fungo no organismo humano.

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